Título da redação:

O paradoxo entre jornada de trabalho e bem-estar social

Tema de redação: A questão da jornada de trabalho no Brasil - aumentar ou reduzir?

Redação enviada em 17/08/2016

Desde a expansão do modelo econômico chamado de Estado de Bem-estar Social, após a década de 1930, vários países começaram a prezar pela qualidade de vida de seus cidadãos e diminuíram a carga horária de trabalho. No entanto, em países em desenvolvimento como o Brasil, a alta taxa de produtividade e de impostos são essenciais para para manter a economia saudável e atrativa, e atualmente isso não é possível com uma baixa jornada de trabalho. Logo, surge o paradoxo entre diminuir a jornada de trabalho e manter o bem-estar social dos trabalhadores. A partir da promulgação da constituição de 1988, foi estipulada no Brasil a jornada máxima de 44 horas semanais. Porém, desde então, não houve nenhuma medida no sentido de melhorar a qualidade de vida do trabalhador, somente tentativas de prolongar o tempo de serviço. Não é raro encontrarmos empresas que estipulam prazos absurdos e clientes que exigem verdadeiros milagres , sem se importarem com a qualidade do serviço prestado, por exemplo. Além disso, a alta carga tributária e os baixos salários praticados por conglomerados empresariais força as empresas menores a seguirem o mesmo modelo de negócios que as grandes empresas. Entretanto, essas não refletem sobre a contradição existente entre longas jornadas de trabalho e produtividade. Basta observar países como França e Estados Unidos, com carga horária de 35 e 38 horas, respectivamente, que é possível notar a eficiência aliada ao baixo número de horas trabalhadas em relação aos demais países. Logo, fica claro que há um descompasso entre governo, indústria e trabalhador, essa última parte sendo a mais prejudicada. Em um primeiro momento, o poder Legislativo deve ajustar as leis trabalhistas à realidade atual, diminuindo a carga horária de trabalho. Em seguida, o Governo Federal deve baixar a carga tributária e fiscalizar, por meio do Ministério do Trabalho e Emprego, as empresas, bem como investir no lazer e qualidade de vida do trabalhador. Só assim, será possível acabar com o paradoxo entre jornada de trabalho e bem-estar social.