Com a revolução industrial, iniciada na Inglaterra no século XVIII e que se expandiu no mundo no século XIX, foram alteradas as relações socioeconômicas, as quais passaram a ser concentradas no meio urbano, sendo dispostas condições precárias aos trabalhadores da época. No Brasil, as reinvindicações trabalhistas ganharam maior representatividade durante o governo de Getúlio Vargas, com a promulgação da constituição de 1934 e posteriormente a criação da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Atualmente, surge um questionamento em relação à jornada de trabalho, deve-se aumentar ou diminuir. Partindo da premissa de que a jornada atual, já resulta em danos à saúde do trabalhador e de que determinando-se um possível aumento, observaria um confronto aos direitos conquistados ao longo da história, a melhor opção seria diminuir a jornada. Indubitavelmente, existem muitas patologias causadas por atividades trabalhistas. Segundo o médico do trabalho Eduardo Jesuísno, há muitas doenças relacionadas ao trabalho que aparecem de forma silenciosa, tais como a LER (Lesão por Esforços Repetitivos), provocada por movimentos repetitivos ou por posturas inadequadas; doenças psicossociais, como a depressão, ocasionadas por uma jornada de trabalho excessiva, que resulta em uma insatisfação e desânimo do trabalhador. Dessa forma, se houver aumento da jornada de trabalho, possivelmente, essas patologias poderão intensificar-se. Ademais, o aumento da jornada de trabalho iria de encontro aos direitos conquistados pelos trabalhadores ao longo da história, estando em vigor atualmente, na constituição de 1988, a jornada de 44 horas. Além disso, esse aumento estaria pautado em uma maior lucratividade para o empresariado, não estendendo os benefícios aos trabalhadores. Segundo Karl Marx em sua obra “O Capital”, com o aumento do trabalho excedente, busca-se aumentar a mais-valia. Dessa maneira, a ampliação da jornada de trabalho representa, unicamente, um crescimento dos lucros do empresariado, não sendo repassados esses lucros aos trabalhadores. Entende-se, por conseguinte, que se deve reduzir a jornada de trabalho no Brasil, buscando uma melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores e a minimização dos danos advindos da rotina de trabalho. Além disso, devem-se criar programas de assistência ao trabalhador, para acompanhamento físico e psicológico, com uma maior inserção de profissionais de saúde nas empresas, como médicos, psicólogos, entre outros. Também, poderiam ser criados projetos, que estimulassem a prática de exercícios físicos pelos trabalhadores, por meio da contratação de educadores físicos para realização de exercícios laborais, prevenindo assim, algumas patologias funcionais e proporcionando uma melhoria emocional dos funcionários.