No Brasil, a jornada de trabalho foi regulamentada pela Constituição Federal de 1988, não podendo ultrapassar oito horas diárias e quarenta e quatro semanais. Desta forma, o dia seria dividido em oito horas de descanso, oito de labor e oito de lazer. Desde então, nenhuma alteração foi feita. Atualmente, os empresários demandam que as autoridades brasileiras façam mudanças nas leis trabalhistas para minimizar a crise econômica no país. Eles alegam que a falta de flexibilização da jornada de trabalho acarreta muitos gastos com contratos e falta de competitividade. No entanto, a exemplo de países como a França, a flexibilização deve ser uma exceção e não a regra. Para aumentar a carga horária dos trabalhadores franceses, em casos de extrema necessidade como a produção de medicamentos e de alimentos, é preciso autorização do governo e do sindicato e remuneração seguindo as regras da hora extra. Mesmo com todo o avanço tecnológico, o homem continua trabalhando muito e não foi substituído pelas máquinas. Seu dia a dia é corrido, não sendo mais possível dividir as vinte e quatro horas em três partes iguais porque o período de deslocamento de casa para o trabalho consome grande parte deste tempo. É importante que paralelamente à discussão sobre a jornada de trabalho caminhe também a de qualidade de vida. Muitas empresas já permitem que seus funcionários realizem suas tarefas em casa. O trabalho é importante para a dignificação e para o sustento, no entanto, o homem não é uma máquina e precisa de tempo para descansar, para sua família e para o lazer.