Título da redação:

Caso de polícia

Proposta: A questão da jornada de trabalho no Brasil - aumentar ou reduzir?

Redação enviada em 10/09/2016

Durante a Greve Geral de 1917, trabalhadores urbanos reivindicaram melhorias nas condições de trabalho, haja vista serem análogas àquelas da Primeira Revolução Industrial. Após anos de luta, Vargas criou as Leis Trabalhistas, responsáveis por garantir diversos direitos à classe proletariada. Entretanto, 2016 também está sendo um “célebre” ano, pois discute-se a possibilidade de uma reforma trabalhista. Contudo, embora o aumento da jornada laboral pareça tanto oneroso para as empresas quanto exaustivo para os trabalhadores, ambos os lados serão prejudicados. Vale ressaltar, antes de tudo, a situação da classe operária. Pela lógica, a relação entre horas trabalhadas e produtividade pode parecer diretamente proporcional. Todavia, há outros fatores os quais devem ser considerados. Nesse sentido, um trabalhador estressado está mais propício a sofrer acidentes, o que acarretaria em possíveis prejuízos irreparáveis. Além disso, a saúde estaria mais debilitada, podendo resultar em doenças como hipertensão e agravar outras possivelmente existentes, tais como diabetes e problemas cardíacos. Logo, é inadmissível que seres humanos sejam submetidos a situações semelhante como se fossem máquinas. É válido considerar, ainda, a relação entre lazer e trabalho. Nesse cenário, jornadas de trabalho menos desgastantes possibilitariam aos empregados a se comprometerem mais com seus empregos, culminando no aumento da produtividade e das margens de lucro do empregador. A exemplo da eficácia desse método, a gigante da tecnologia, Google, proporciona a seus funcionários áreas exclusivas para descanso e entretenimento, contando com camas, vídeo games e mesas de bilhar. Desse modo, a empresa consegue sempre estar entre as mais lucrativas do mundo. Fica claro, portanto, que o aumento da jornada de trabalho é totalmente incompatível com o avanço das relações laborais. Assim, o Ministério do Trabalho deveria criar ações as quais visassem ampliar o bem-estar da classe trabalhadora. Para isso, deve-se rever artigos arcaicos das Leis Trabalhistas a fim de manter ou, até mesmo, reduzir a carga horária máxima de trabalho. Ademais, as centrais sindicais poderiam promover palestras cuja função seria conscientizar os trabalhadores a respeito de seus direitos para que não sejam facilmente manipulados ou alienados. Afinal, lutar pelos nossos direitos já não é mais “caso de polícia”.