A relação entre empregado e empregador nunca foi amistosa, enquanto um pretende maior remuneração, o outro quer maior lucro. Essa dualidade, tornou-se ainda mais acirrada, quando o presidente da CNI do Brasil, Robson Andrade, declarou que, para o Brasil ser mais competitivo deve estar aberto a mudanças, como a França, que flexibilizou a jornada de trabalho para 60 horas semanais e que no Brasil essa flexibilização poderia chegar a 80 horas semanais. Essa declaração, bem como, a mudança na legislação trabalhista francesa causou grande descontentamento por parte dos trabalhadores, e surpreendeu a todos, pois vai de encontro ao que vivenciamos atualmente. Por exemplo, o Google, uma das maiores empresas de tecnologia e considerada a melhor empresa do mundo para se trabalhar, flexibiliza sua jornada de trabalho, bem como o local. O Google, apresenta lucros astronômicos com sua metodologia de valorização do colaborador, tornando-se líder em seu segmento. Estudos de Limongi-França, comprovam que quanto maior qualidade de vida no trabalho, maior produtividade. Itens como: clima organizacional, remuneração e jornada de trabalho são elencados para o aumento da qualidade no trabalho. Outro ponto, que também não favorece o aumento da jornada de trabalho é a saúde e segurança do trabalhador. Apesar do avanço nessa área, ainda temos altos índices de acidentes no trabalho. E em um aumento da jornada de trabalho, esses índices tendem a elevar-se ainda mais, visto que, será maior o desgaste físico e mental, causando descuido do trabalhador. Dessa forma, crescerá também o número de indenizações, gerando custo para o empresário. Portanto, o que temos hoje é um mundo dinâmico e tecnológico, que a tendência é aumentar a qualidade de vida do trabalhador para gerar produtividade, com qualidade. A saída para termos uma indústria competitiva não está no aumento da jornada de trabalho, está nas políticas de incentivo tecnológico, fiscais, educacionais e na qualidade de vida do trabalhador. Alguns incentivos devem partir do governo, como redução da carga tributária, incentivo a programas de desenvolvimento de tecnologia em universidades e empresas. Outros partem do empresariado, como constante desenvolvimento tecnológico e de inovação, bem como, desenvolvimento de qualidade de vida do trabalhador.