A relação entre o tempo de trabalho e de lazer é relativa, já que são inúmeros os empecilhos no caminho da residência até o local de remuneração e os afazeres domésticos que a maioria dos brasileiros têm que arcar. Com a premissa de melhorar a qualidade de vida, a redução da jornada laboral tende a angariar novos horizontes. As novas tecnologias, se utilizadas de forma cooperativista, não permitiriam o desgaste total do homem e seriam uma possibilidade de reduzir a jornada de trabalho. Todavia, a inapetência capitalista, visando o lucro, constrói máquinas para substituir o trabalhador, gerando ou o desemprego (pela substituição total), ou a potencialização da capacidade humana, como as alienantes esteiras fordistas na Segunda Revolução Industrial. Ademais, levando em conta o desgaste do cidadão brasileiro na locomoção entre sua residência e seu trabalho – que é, em média, pouco menos que duas horas diárias, segundo o Sistema FIRJAN-, 8 horas acabam sendo 10. Nesse sentido, inúmeros são os trabalhadores que trabalham no período estipulado para o lazer, como os professores, gerentes e diretores ou precisam cuidar dos filhos e da casa. Descontando todo esse tempo, o tempo livre é destinado à alimentação e higiene pessoal. Diante disso, percebe-se que as 44 horas oficiais semanais são inferiores à quantidade real que um brasileiro trabalha em média, salientando que o sistema incólume atual é obsoleto e desfavorece a maioria da população. Portanto, é preciso resolver a questão da jornada de trabalho com parcimônia. Primeiro, é necessário que os municípios melhorem o transporte público dos cidadãos a fim de proporcionar uma viagem confortável entre sua residência e seu local de labor. Segundo, é importante que o terceiro setor, juntamente com a população, promova, pelas redes sociais, manifestações com o intuito de exigir ao poder legislativo a redução de 44 para 40 horas semanais da jornada laboral. Por fim, é imprescindível o papel dos sindicatos na luta política pelos direitos do trabalhador.