O Brasil apresenta sérios problemas estruturais, e, portanto, o aumento da jornada de trabalho não pode ser visto como uma solução para a atual crise econômica. Esta alteração significaria esconder os verdadeiros problemas que o país enfrenta, e, além disso, a própria redução da jornada pode ser entendida como uma das soluções para tal crise. Para a superação de uma crise econômica, tal como a evidenciada atualmente pelo Brasil, é essencial a solidariedade e empenho da própria população, porém aumentando-se a jornada de trabalho, a felicidade geral da mesma tende a diminuir, impactando negativamente no país como um todo. Segundo o IBGE, a população brasileira é essencialmente urbana (84%) e 56% vive em 5,5% dos municípios (304), ou seja, há uma grande concentração de pessoas em pequeno número de cidades, principalmente, nas capitais, assim sendo, os problemas de mobilidade urbana além de se intensificarem por esta hiperconcentração, afetam a maior parte da população, fazendo com que o indivíduo acabe gastando muito mais do que as 44 horas de trabalho semanais estipuladas pela Constituição de 88. O desemprego subiu para 11,3% no trimestre encerrado em junho de 2016, segundo dados divulgados pelo IBGE. A taxa é a maior já registrada pela série histórica da Pnad Contínua, que teve início em janeiro de 2012. Uma das formas de tentar combater tal estarrecedora situação, seria justamente diminuir a jornada de trabalho, pois, assim, diminuiria as demissões e geraria mais empregos, aumentando-se o consumo e, consequentemente, o crescimento econômico país. Além disso, a menor jornada de trabalho possibilita um maior tempo de lazer, menor risco de doenças psicológicas e, até mesmo, físicas, que, por suas vezes, estimulam uma maior produtividade. Compreende-se pelos fatos apresentados que o aumento da jornada de trabalho não seria a solução adequada para atual situação econômica do Brasil. Portanto, o Poder Legislativo deve propor leis que flexibilizem e diminuam a jornada laboral, para favorecer a produtividade e, consequentemente, o crescimento econômico. Além do mais, os municípios devem dirigir maiores verbas para a infraestrutura visando a melhora das ruas, do transporte coletivo e a criação de mais ciclovias. Com tais medidas, o Brasil não só teria condições de superar a atual crise econômica como também colaboraria para o bem- estar social da população.