Título da redação:

A oneração alienante

Proposta: A questão da jornada de trabalho no Brasil - aumentar ou reduzir?

Redação enviada em 14/08/2016

A relação entre o labor e a vulnerabilidade social apresenta uma faceta histórica ligada a ascensão do capitalismo. Com a premissa de que “tempo é dinheiro”, desenvolveu-se na sociedade um comportamento obsoleto baseado na oneração do proletário e no regozijo burguês, observados de forma incólume na sociedade brasileira. Desde a Antiguidade, a atividade laboral é destinada às classes consideradas inferiores que, resignadas por um sistema opressor, são submetidas a jornadas desumanas de trabalho. O filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin, explicita as mazelas sofridas por operários alienados durante o notório sistema fordista de produção. O capitalismo, por conseguinte, proliferou-se alicerçado em angariar capital e visar o lucro intermitente, causando um anseio alienante nas indústrias de ascender economicamente. Assim, as jornadas trabalhistas aumentaram, a remuneração decresceu e o laborioso foi animalizado. No Brasil, essa animalização implicitamente findou quando, na década de 1930, Getúlio Vargas criou a CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), que visava garantir direitos ao trabalhador, tais como: salário mínimo, redução da jornada semanal e férias remuneradas. Atualmente, observa-se no país um cenário de alienação do labutador, visto que ele é disfarçadamente coagido a realizar horas extras de labuta diária para receber futuras bonificações. Contudo, os direitos conferidos ao laborioso são banalizados e negligenciados, causando situações constantes de stress e consequente redução da qualidade do trabalho. A jornada laboriosa deve, pois, ser reduzida, fomentando uma conjuntura social com igualdade e parcimônia. Portanto, é necessário que o Poder Legislativo reformule as leis trabalhistas, reduzindo a jornada e editando artigos arcaicos da CLT. As centrais sindicais devem, ademais, investir em palestras que alertem o proletário sobre seus direitos e deveres dentro das empresas. Por fim, o Governo deve impor às companhias instaladas em território nacional que sigam, de fato, a legislação vigente, cessando, paulatinamente, essa alienação trabalhista dos tempos modernos.