Eugênia, personagem do livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas” de Machado de Assis, embora considerada bonita, foi rejeitada pelo narrador-personagem apenas por apresentar uma deficiência nos membros inferiores. Nesse sentido, a narrativa machadiana descortina o preconceito contra pessoas com deficiências, sendo que essa marginalização permanece na contemporaneidade. Diante disso, mesmo que tenha ocorrido avanços significativos, como foi o caso da Lei para Inclusão de Deficientes e as Paralimpíadas, ainda hoje há lacunas na inclusão efetiva. Assim, as causas e consequências dessa problemática devem ser analisadas. É válido considerar, antes de tudo, o preconceito presente no cotidiano. De acordo com o IBGE, mais de 6% da população brasileira apresenta algum tipo de deficiência. No entanto, grande parcela da sociedade ainda associa essas pessoas como incapazes, ferindo a sua autonomia, sua moral e seus direitos. Além disso, instituições que deveriam incluir são aquelas que ajudam a promover a segregação, tal qual ocorre no mercado de trabalho e nas escolas que negam ou limitam a entrada de deficientes. Desse modo, o deficiente físico não tem que ser um homem, ele tem que ser um “Super Homem”, no conceito nietzschiano, para romper com os padrões da sociedade e conseguir ser inserido de forma efetiva. Outrossim, cabe destacar o despreparo estrutural no Brasil para receber esse grupo. Segundo Platão, o importante não é viver, mas viver bem. Contudo, as dificuldades impostas aos deficientes prejudicam a concretização dessa máxima platônica, uma vez que a falta de acessibilidade é um desafio para os portadores de deficiências. Assim, a falta de rampas nas cidades, o baixo índice de ônibus adaptados para o transporte de cadeirantes, além de poucos materiais educacionais adaptados para cegos ou surdos, são alguns dos problemas enfrentados pelos deficientes. Dessa maneira, essas dificuldades não criam apenas barreiras físicas, mas também sociais. É evidente, portanto, que a inclusão de pessoas com deficiências ainda não se efetivou no Brasil. Para atenuar essa problemática, é necessário que as escolas incluam esse grupo no sistema regular de ensino, fazendo com que ocorra um processo cooperativo em que as dificuldades são diminuídas coletivamente. Ademais, ficções engajadas no combate ao preconceito, como os quadrinhos do cartunista Maurício de Sousa, devem ser incentivas pelo Estado, como forma de atingir o público infantil. Por fim, órgãos do governo, como o BNDES, deveriam financiar obras que visem garantir a acessibilidade, como na implementação de rampas, elevadores para deficientes e marcações em braile. Só assim, com a união do Estado e da sociedade civil, a inclusão de pessoas com deficiências, como Eugênia, será concretizada. Corretor (a), tudo bem? Desculpa está escrevendo aqui, sei que numa redação oficial não poderia, mas só assim que consegui estabelecer contato com você =] Gostaria de saber se no título eu "Deficientes: os Super Homens de Nietzsche ", se Super Homens seria junto ou não e se Super Homens viria com aspas. Outra coisa, a Eugênia era coxa de nascença, isso se configura como uma deficiência física,certo? Além disso, fiquei com três pés atrás de citar o BNDES, deveria ou n citar? Obrigada!!!