Título da redação:

Deficientes: o que os limita é a exclusão

Tema de redação: A questão da inclusão das pessoas com deficiência

Redação enviada em 28/10/2017

Na livro “Utopia”, o escritor inglês Thomas Morus propõe uma sociedade alternativa e perfeita, livre de mazelas sociais, o que vem, desde então, inspirando diversas civilizações. Entretanto, essa perspectiva, no Brasil, está distante de se tornar real, devido a impasses como os desafios enfrentados pelos deficientes, seja pelo preconceito advindo do corpo social, seja pelo desamparo estatal. Inicialmente, é válido ressaltar que a discriminação está entre os obstáculos vivenciados pelas pessoas portadoras de algum tipo de deficiência. Sendo assim, conforme o filósofo e sociólogo Habermas, em sua obra “A inclusão do outro”, apesar das sociedades contemporâneas possuírem um sistema democrático, as minorias não estão imunes de conflitos sociais. Em vista disso, os deficientes brasileiros são alvos de julgamento e repúdio por parte da camada populacional, marginalizando-os e dificultando o total acesso aos direitos estabelecidos pelo Artigo 5 da Carta Cidadã. Diante dessa lógica, nota-se a dificuldade de atenuar a problemática oriunda de um preconceito enraizado em âmbito nacional. Em última análise, é possível perceber que o despreparo estrutural detém papel protagonista no cenário de exclusão dos deficientes. Dessa maneira, apesar da inserção da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, sinônimo de avanço legislativo, o Estado como todo, ainda apresenta dificuldade em adaptar-se a essa minoria. Sob tal ótica, estabelecimentos, instituições de ensino e mercado de trabalho mostram-se inaptos a receberem indivíduos com deficiência, atuando dramaticamente como limitantes na vida dessas pessoas. Por essa razão, salienta-se a urgência de desenvolver políticas inclusivas, para que o Brasil fique, gradativamente, próximo da sociedade ideal proposta por Thomas Morus. Torna-se evidente, portanto, que para mitigar os problemas diários dos deficientes nacionais, medidas concretas são necessárias. Assim, cabe ao Ministério de Educação preparar os graduandos para lidar com essa diversidade, por intermédio da introdução de matérias especializadas – como o ensino de LIBRAS – na grade curricular de todos os cursos, não só de licenciatura, a fim de tornar aptos à inclusão os profissionais das inúmeras áreas. Assim sendo, o caminho já é conhecido, basta que o primeiro passo seja dado, para que, como Gandhi defendia, o indivíduo se torne a mudança que quer ver na sociedade.