Título da redação:

A inclusão das pessoas com deficiência entre: a igualdade e a exclusão

Proposta: A questão da inclusão das pessoas com deficiência

Redação enviada em 02/05/2017

“Sabe o que eu acho? A única razão de eu não ser comum é que ninguém, além de mim, me enxerga dessa forma.” Do excerto de “Extraordinário”, da autora estadunidense R. J. Palacio, nota-se a dificuldade das Pessoas Com Deficiência (PCDs) em ajustarem-se com as relações cotidianas. Auggie, o protagonista da obra, porta uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, o que resulta em um tratamento diferenciado por parte daqueles que o cercam no ambiente escolar. Assim como o garoto, essa parcela significativa da sociedade, no contexto contemporâneo, não consegue usufruir de suas garantias inalienáveis, fato que contradiz os ideais implantados pelo Estado brasileiro. Conforme o filósofo inglês Thomas Hobbes, cabe ao Governo manter a ordem e assegurar o bem-estar social dos indivíduos inseridos em uma sociedade, de forma que todos possam contemplar de direitos igualitários. Embasado nisso, infere-se que há uma discrepância entre a função teórica da Gestão e a sua aplicabilidade no beneficiamento dos indivíduos, visto que como a Carta Magna vigente no Brasil, a Constituição, manifesta esse ideal iluminista, era de se esperar que houvesse uma igualdade de condições e de acesso às oportunidades, contudo, não há – segundo o relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas, diversos estudantes, por portarem uma especificidade aparentemente restritiva, são discriminados ao terem sua matrícula negada nas escolas normais. Alicerçado nisso, a exclusão social dessa parcela da população é implacável. A segregação desses cidadãos reflete a ineficiência de políticas públicas voltadas a incluir os PCDs na acelerada rotina do mundo globalizado, o que dificulta a introdução dessa parcela do contingente populacional nas instituições acadêmicas e, por conseguinte, no mercado de trabalho, acentuando a sua dependência com terceiros. Em suma, em meio à desorganização estrutural no que tange ao atendimento de seus anseios, esse grupo acaba desacreditado com os ideais utópicos de sua República. Destarte, compete ao Ministério da Educação adaptar, por meio da introdução de profissionais capacitados a auxiliarem os PCDs no processo de aprendizagem, currículos e métodos de ensino para fazer com que todos tenham acesso igual à educação; ao Ministério da Cultura, conscientizar os cidadãos – por intermédio da distribuição de obras literárias – sobre a relevância dos PCDs no contexto social; ao Ministério do Trabalho, por meio de operações constantes, fiscalizar se a porcentagem de PCDs nas empresas está em conformidade com a lei de cotas 8213/91, que regulamenta o número mínimo de contratações desse grupo de trabalhadores. Dessa forma, as limitações dessa parcela populacional serão atenuadas quando se fizer a inclusão social desses indivíduos extraordinários.