Título da redação:

A Eugenia de um Brasil “Deficiente”

Proposta: A questão da inclusão das pessoas com deficiência

Redação enviada em 18/07/2016

As discussões em torno da acessibilidade das pessoas com deficiência é um reflexo das dificuldades e desafios sofridos diariamente por esse público que, além de conviver com limitações do próprio corpo, torna-se ainda alvo do preconceito e da segregação da sociedade. Deficiência é o termo usado para definir a ausência ou disfunção de uma estrutura física ou psíquica. Segundo dados da ONU, no mundo possui 650 milhões de pessoas que se enquadram nessa definição, sendo 45 milhões apenas no Brasil. Os números mostram a complexidade do tema. Tais pessoas sofrem diariamente no país com a ausência ou precariedade das estruturas voltadas aos portadores de necessidades especiais. Em um contexto histórico, as pessoas com deficiência já foram vistas como algo ruim para a constituição da sociedade, como se pode observar na eugenia praticada pela cidade-estado grega de Esparta ao executar aqueles que apresentassem alguma deformidade, ou até mais recentemente com o advindo do holocausto nazista que buscava uma purificação da raça ariana utilizando, dentre outras atitudes, a execução de deficientes. Segundo o iluminista John Locke, todos os homens nascem iguais, sem distinções entre si. A constituição brasileira diz em seu artigo 5º: “Todos são iguais perante a lei”. A mensagem é clara, todas as pessoas apresentam os mesmos direitos e não podem, de forma alguma, ser alvo do preconceito em meio a sociedade. No entanto, é possível presenciar diariamente atitudes preconceituosas e segregacionistas por parte de pessoas despreparadas para lidar com o público deficiente. Seja no acesso à educação, a saúde, ao lazer ou ao trabalho, a desvalorização a essas pessoas torna-se um problema social gravíssimo. Portanto, medidas eficientes devem ser postas em prática, como a melhoria na infraestrutura das cidades, tornando-as aptas às necessidades básicas dos portadores de necessidades especiais. Políticas públicas e ações afirmativas que reserve e garanta vagas em universidades, cargos públicos e instituições privadas e principalmente, a conscientização, através dos meios de comunicação e das instituições de ensino, sobre a importância do respeito àqueles que, mesmo deficientes, colaboram com a vida em sociedade. Desta forma, de fato, a pluralidade tomará o lugar da eugenia.