Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: A questão da fome no Brasil e seus fatores motivadores

Redação enviada em 29/06/2018

De acordo com o historiador José Murilo de Carvalho, há uma grande diferença entre cidadania formal e real: a primeira diz respeito aos direitos do cidadão assegurados pela lei, como civis, políticos e sociais. A segunda trata-se de como são vivenciadas esses direitos no dia a dia, e de fato, há uma divergência. Nesse contexto, apesar dos direitos humanos estabelecidos pela lei, na qual o Estado tem o dever de garanti-los, no Brasil a desigualdade e a má distribuição de renda revela a fome existente no país e o privilégio restrito a determinada classe social. Conforme a constituição brasileira, o Estado tem a obrigação de assegurar saúde, educação, moradia e alimentação a todos os indivíduos sem distinção. No entanto, a lei existe, mas não é cumprida, uma vez que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, o país possui cerca de 7 milhões de pessoas que convivem com a falta de alimentação em suas residências, sendo o Nordeste a região mais afetada. Isso ocorre, devido a sua localização geográfica na qual, configura um clima semiárido que torna a região mais propensa há secas extremas, resultando na escassez de alimentos. Bem como, a desigualdade e a má distribuição de alimentos, não por falta de produção, que por certo o país tem uma grande escala, mas por falta de renda que limita o poder de consumo das pessoas de baixa renda. Logo, o nordeste por apresentar boa parte da população com baixo poder aquisitivo, fica mais vulnerável a disseminação da fome. Ademais, um dos principais fatores contribuintes para a escassez de alimentos para milhares de brasileiros, discorre da discrepância na distribuição de renda. De tal forma, que a enquanto a maioria detém de uma parcela mínima de toda economia nacional, a minoria (ou seja, os mais ricos) detêm a maior parte de todos os recursos econômicos do país. Como consequência, o Índice de Desenvolvimento Humano, revelou que o Brasil está entre as 10 nações mais desiguais, tal qual 75,6% de toda riqueza local concentra-se nas mãos de apenas 10% da população. Dessa maneira, a fome é o seguimento da grande desigualdade no acumulo de capital, que por falta de verbas os mais pobres não têm como adquirir o sustento familiar. Em síntese, na cidadania real os direitos dos indivíduos não são executados como manda a lei, em virtude disso, as necessidades básicas para a sobrevivência, acabam sendo restritas aos mais pobres. A priori, o Estado deve ampliar os programas de cunho social, como os já vigentes Bolsa Família, para assegurar uma renda às famílias que mais precisam, e a Fome Zero que garante a segurança alimentar da população mais necessitada. Dessa maneira poderá ampliar a inclusão social das minorias e assim erradicar a fome, aos pouco, do país.