Nas obras do autor Cândido Portinari revela-se comum a retratação da migração forçada do povo nordestino, motivada não só pela seca, como também por fatores socioeconômicos. No entanto, mesmo ao sair da literatura fictícia, o cenário de pobreza, no Brasil, mostra-se real e alarmante, devendo haver medidas paliativas que consigam combater o drama da fome que assola diversas regiões do país. É válido ressaltar que, de acordo com a Teoria Malthusiana, os pobres são responsáveis pela pobreza, além do mais defendiam a ideia de que enquanto a população cresceria em progressão geométrica, a produção de alimentos cresceria em progressão aritmética, faltando insumos para suprir as necessidades das populações. Indubitavelmente, tais teorias antinatalistas evidenciam o uso de conceitos equivocados e preconceituosos, uma vez que geógrafos, por meio de pesquisas no campo e na cidade, provaram que a fome difere da falta de alimentos e iguala-se à péssima distribuição de renda no país. Por conta disso, conforme informações divulgadas pelo IBGE, ao menos um indivíduo passa o dia inteiro sem comer devido a falta de dinheiro, em 2,1 milhões de domicílios. Além disso, a política agroexportadora, adotada durante o governo Vargas, contribui no distanciamento da população em relação a uma alimentação digna e de qualidade, dado que o Brasil exporta, basicamente, a maior parte do que produz. Infelizmente, essa política transformou-se em uma experiência paradoxal à sociedade, tendo em vista que um país superprodutor de alimentos ainda apresenta casos de fome e miséria entre a população. Como se não bastasse, conforme o portal G1 Notícias, é na região Nordeste em que essa mazela se agrava, seguida pelo norte do país. Sendo assim, percebe-se a urgência de medidas paliativas, com o objetivo de combater o avanço da fome no Brasil. Dessa maneira, é de suma importância que o Governo Federal amplie investimentos nas pequenas propriedades, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, por meio de subsídios agrícolas os quais possam auxiliar as famílias de forma subsistente e autossuficiente, facilitando o cultivo e acesso a uma alimentação digna e diária. Outrossim, o Poder Legislativo pode elaborar sanções nas quais sejam estabelecidas cláusulas a respeito da diminuição dos impostos alimentares e consequente barateamento desses, principalmente à população vulnerável, possibilitando a reintegração de dietas calóricas e ricas em nutrientes, indispensáveis ao bom funcionamento metabólico dos indivíduos. Somente a partir das ações supracitadas, o Brasil garantirá a segurança alimentar de seus habitantes, além de fazer com que as obras de Portinari sejam, de fato, apenas ficção.