O problema da fome não é uma invenção atual. Durante a idade média, uma grave crise agrícola, aliada a peste negra que assolou a Europa, dizimou um terço da população do continente. No Brasil, atrelado a concentração de renda e de terras o problema da fome tem-se mostrado endêmico em algumas regiões. O Norte e Nordeste do país – que apresentam a população mais pobre do Brasil – são as que mais sofrem com as mazelas da fome. Sendo assim, percebe-se que o acúmulo de renda nas regiões Sul e Sudeste geram, como efeito colateral, locais propícios a proliferação da pobreza, e em consequência da fome, na parcela mais equatorial da federação. Ademais, a aglutinação de terras nas mãos dos agroindustriais brasileiros acarreta em uma política alimentícia que privilegie o mercado externo. Nesse sentido, o setor produtivo exporta soja para o mundo, enquanto falta pão para a população brasileira. Conquanto, o Estado pode adotar medidas para resolver a problemática da fome. O Ministério da Integração Nacional, por meio do BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento), deve investir em infraestrutura de transporte, energia e escoamento de produção no Norte e Nordeste, de modo a deslocar relativamente o eixo econômico do país para essa região. Outrossim, o Ministério da Agricultura acelerar o processo de reforma agrária, para que cresça a quantidade de pequenas propriedades de policultura, com consequente abastecimento do mercado nacional. Destarte, resolvendo os problemas de acesso à terra e a renda, as regiões de fome endêmica podem integrar de forma digna a rotina do Brasil. Afinal, como bem escreveu o filósofo Platão, “o importante não é apenas viver, mas viver bem”.