Na obra "O Quinze", a escritora Rachel de Queiroz narra a história do vaqueiro Chico Bento e sua família diante da seca de 1915 que assolou o nordeste brasileiro. No entanto, um século após essa grande seca, a problemática da fome ainda persiste intrinsecamente ligada à realidade do país. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados como: o desemprego e a má administração de recursos naturais. Primeiramente, convém analisar que o aumento do desemprego no Brasil contribui para a perpetuação da miséria. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em maio de 2018, a taxa de desemprego era de 12,7%, o que representou 13,2 milhões de pessoas. Essa crise econômica que atingiu, principalmente, a camada mais pobre da sociedade, colaborou para a falta de acesso a diversos componentes básicos, entre eles, o alimento e consequentemente ocasionou a expansão da mortalidade. Logo, para solucionar o impasse são necessárias políticas públicas para a geração de emprego e renda no país. Ademais, cabe frisar que a má administração de recursos naturais funciona como impulsionador do problema. Isso porque, apesar do Brasil se destacar como um país com alto desempenho na agricultura, devido a Revolução Verde, a qual aumentou a produção de alimentos por meio de técnicas agrícolas, uso de pesticidas e multiplicação de sementes, todavia, a produção de alimentos não atende, em muitos casos, o mercado interno e sim o mercado externo, direcionado para países desenvolvidos como Estados Unidos, Japão e países da União Europeia. Assim, a questão da fome continua assombrando a sociedade. Torna-se evidente, portanto, que a fome no Brasil precisa ser erradicada. É necessário que o Governo Federal promova a geração de emprego e renda, concedendo incentivos fiscais para as empresas estrangeiras se instalarem no Brasil a fim de melhorar a economia do país. Além disso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento deve incentivar a circulação do capital no país, destinando parte de suas colheitas ao mercado brasileiro, bem como reduzir o preço dos alimentos com o intuito de mais pessoas terem acesso a comida. Desse modo, poder-se-á transformar o Brasil em um país desenvolvido socialmente, e criar um legado de que as próximas gerações possam se orgulhar.