Nas obras literárias da segunda fase Modernista, iniciada em 1930, os escritores denunciaram as mazelas sociais existentes no Brasil, em especial a fome. No entanto, esse problema não ficou restrito ao século passado, pois fatores como a desigualdade social e a deficiência de políticas públicas persistem até os dias atuais e continuam a gerar efeitos danosos. É necessário, então, que ações sejam realizadas no sentido de resolver essa situação. Em primeiro plano, observa-se que a sociedade brasileira ainda é extremamente desigual. Segundo a revista Estadão, cerca de metade da renda gerada no Brasil distribui-se entre mais de 80% da população, enquanto o restante vive com a outra metade da riqueza produzida. Com tamanha concentração de renda, milhares de pessoas convivem com a fome ou com a insegurança alimentar, já que o dinheiro que recebem não supre sequer as necessidades básicas. Assim, é necessário que sejam encontrados modos de distribuir mais igualmente a renda brasileira. Além disso, a pouca eficiência de algumas políticas públicas contribuem para a existência da fome no Brasil. O programa Bolsa Família, criado em 2004, foi criado para garantir às famílias pobres o direito à alimentação e à saúde, conforme afirma a Caixa Federal. Todavia, sabe-se que o valor recebido por essas famílias não é capaz de gerar nem autonomia financeira nem segurança alimentar, porque o programa concede apenas um pequeno auxílio na renda. Por isso, é importante que o Governo invista em maneiras de gerar riqueza para essa parcela da sociedade , com o objetivo de minimizar a fome pela qual muitas pessoa passam. Outrossim, destaca-se as diversas consequências danosas que a fome pode trazer para o organismo humano. De acordo com a OMS, alguns efeitos fisiológicos são: interrupção do crescimento, perda óssea e imunidade baixa. Outros problemas decorrentes da subalimentação são a apatia e a diminuição do número de neurônios. No Brasil, mais de sete milhões de indivíduos convivem diariamente com esses problemas, como aponta o IBGE. A fome, portanto, é uma questão de saúde pública e não pode ser negligenciada. Desse modo, é preciso que se encontrem soluções para essa problemática. Em primeiro lugar, é necessário que o Ministério do Trabalho, em parceria com o Ministério da Educação e por meio de parcerias público-privadas, invista na capacitação profissional, especialmente de indivíduos com baixa renda, para que eles entrem no mercado de trabalho e se afastem da linha da pobreza e da fome. Ademais, o Governo Federal necessita, a partir de investimentos em cooperativas agrícolas, distribuir cestas básicas em cidades que estejam em situação mais crítica do que outras, de modo a minimizar os efeitos da subalimentação. Dessa maneira, a denúncia dos escritores de 45 ficará no passado e a fome no Brasil será,gradualmente, combatida.