Além do Tempo Há aproximadamente 12 mil anos, com o desenvolvimento da agricultura, o Homem conseguiu produzir seu próprio alimento e amenizar a principal causa de morte da época, a fome. Contudo, milênios depois, a realidade não é a que se era esperada, milhões de pessoas continuam morrendo de fome anualmente. No Brasil, tal conjuntura se apresenta, principalmente, devido à falta de politicas públicas eficientes e de problemas de origem histórica. Em primeira instância, tem-se, no Livro “O Principe” de Maquiavel, que o governante deve fazer o que for necessário para a sua manutenção no poder, em detrimento das necessidades do povo. Nesse contexto, as ações de ajuda humanitária contra a fome na África, de Estados Unidos e União Soviética, no cenário da Guerra Fria, demonstraram-se serem apenas estratégias para adquirir áreas de influência, visto que tais ajudas não se perpetuaram com o fim da disputa, comprovando o supracitado. Da mesma maneira, no Brasil, embora se tenha criado programas, como a “Bolsa Família”, que tinham por objetivo a redução da fome, os frequentes esquemas de corrupção delatados demonstram que esse problema fica em segundo plano. Posto isso, torna-se notório a relevância de se desenvolverem políticas públicas realmente eficazes no combate a subnutrição no país. Não Obstante, observa-se uma maior concentração de pessoas famintas nas áreas de maior marginalização da sociedade. Nesse sentido, percebe-se que o fator histórico foi de suma magnitude para a construção desse quadro, dado que com o fim da escravidão, os ex-escravos não tinham para onde ir, concentrando-se em áreas de extrema pobreza, nas quais seus descentes, em maioria, apresentam-se na mesma situação de pobreza e fome. Contudo, um engajamento social mais acentuado seria de imprescindível ajuda nessa luta. Visto que, no contexto pós Guerra Fria, com o agravamento da situação de fome na África, Michael Jackson compôs a música “We Are The World” para arrecadar fundos na luta contra esse problema. A canção gerou cerca de 50 milhões de dólares, naquela que seria a maior ajuda humanitária da história, comprovando o mencionado acima. Nessa perspectiva, portanto, vê-se a necessidade de medidas para atenuar a problemática. Desse modo, cabe ao Poder Legislativo desenvolver uma lei que, assim como na França, proíba restaurantes e mercados de jogarem comida no lixo, pelo intermédio do auxílio e fiscalização da ANVISA, e, ao invés disso, obrigue-os a doar os alimentos que estão perto do vencimento para instituições de caridade que redistribuem o alimento aos necessitados e, assim, reduzir-se a fome no país. Ademais, as Secretárias Municipais, com o mesmo objetivo apontado, devem desenvolver projetos de arrecadação de comida nos bairros e, por meio das redes midiáticas, divulgar essas campanhas, afim de que se fomente o altruísmo nas pessoas. Feito isso, talvez, haverá uma sociedade em que só se verá a fome nos livros de História.