Desigualdade social, desemprego, miséria, fome, morte. A situação precária em que muitos brasileiros encontram-se vivendo potencializa a visão de que os investimentos em pesquisas e tecnologias modernas necessárias para sofisticar o modo de produção agrícola não são suficientes para o consumo igualitário dos produtos adquiridos. Destarte, a fome no Brasil deve ser combatida, por meio da maior distribuição de renda e de mercadorias no mercado interno. Em uma primeira análise, sob ótica social, a má distribuição de renda e a substituição do homem por máquinas mostra-se diretamente ligada à fome no Brasil. Essa relação pode ser explicada pela grande desigualdade social e capacidade de consumo entre a população, que já possui 14,2 milhões de desempregados, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Nesse sentido, Albert Einstein afirma que a tecnologia ultrapassou a humanidade. Desse modo, rever o desemprego como fator da fome é fundamental para combatê-la. Ademais, em um segundo plano, a ausência de projetos efetivos de combate à fome contribui com a subnutrição. Esse fato decorre do desinteresse político em melhorar as condições de vida de classes menos favorecidas, aumentando o lucro de grandes empresas que vendem seus alimentos à população com capital de consumo. Nessa perspectiva, a premissa ideológica do Papa Francisco defende que os direitos humanos são violados não só pelo terrorismo e repressão, mas também pela existência de estruturas econômicas injustas. Dessa forma, a justiça exercida pelo Estado deve estar sempre em manutenção e em posição visível para todos. A desigualdade social, concentração de renda e ausência da intervenção política são, portanto, fatores que consubstanciam a questão da fome no Brasil. Com o objetivo de igualar as proporções alimentícias de cada brasileiro, o Poder Executivo Federal, sob forma de Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, deve fornecer alimentos essenciais àqueles que se encontram em condições sociais desfavoráveis, por meio de subsídios fornecidos pelo Estado. Outrossim, o Ministério da Integração Nacional deve se responsabilizar pelo controle da tecnologia que substitui o homem nos meios de trabalho, a partir da regulação de um número limite de uso de máquinas, a fim de diminuir o índice de desemprego que encontra-se como um dos fatores da fome.