Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas "Memórias Póstumas" que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. Hodiernamente, talvez ele percebesse acertada sua decisão: a postura do governo e de alguns cidadãos frente a questão da fome no Brasil é uma das faces mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento. Convém ressaltar, a princípio, que a desigualdade social é um fator determinante para a permanência da fome no Brasil. De acordo com a teoria Malthusiana, desenvolvida por Thomas Malthus, o crescimento populacional superaria a oferta de alimentos, gerando a miséria. Atualmente, mesmo após o surgimento de uma nova teoria – Neomalthusiana, percebe-se que essa ideia é verificada em determinada parte da sociedade. Isso ocorre, porque existem regiões pobres que enfrentam a seca, impossibilitando a prática agrícola. Tristemente, essa população enfrenta diariamente a fome e, por isso, a morte de inúmeros cidadãos. Outrossim, a negligência por parte do governo e da sociedade tem acarretado a questão da fome no Brasil. Visto que , a nação brasileira está entre as que mais desperdiça alimentos no mundo, no entanto, toda essa perda poderia nutrir os financeiramente menos favorecidos. Ademais, a constituição cidadã garante aos cidadãos alimentação. Todavia, o Poder Executivo não efetiva esse direito a medida que as regiões mais pobres não tem acesso a água para o cultivo. Segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mais de 7 milhões de pessoas passam fome no Brasil. Tal fato pode ser evitado se a população se mobilizar pela causa e passar a intervir em sua erradicação. Afinal, desde o iluminismo já sabemos –ou deveríamos saber- que a sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que o Governo elabore projetos e tome medidas provisórias para erradicar a seca, disponibilizando aviões agrícolas para regar as áreas de plantação e mandando uma grande demanda de camiões pipas para essas regiões, a fim de contribuir na alimentação desses indivíduos. Ademais, o primeiro setor deve conscientizar a população da existência dos bancos de alimentos mediante propagandas nas mídias de grande impacto como rede globo, sbt e record, com o fito de coibir o desperdício de comida. Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país desenvolvido socialmente, e criar um legado de que Brás Cubas pudesse se orgulhar.