Immanuel Kant afirma que o segredo de aperfeiçoamento da humanidade encontra-se no problema da educação. O Brasil contemporâneo parece não atentar-se ao ensinamento do filósofo, haja vista que a evasão escolar é questão alarmante no país. Dessa forma, é notória a urgência de ações que visem solucionar essa problemática, para que os que os efeitos negativos ao indivíduo e à sociedade sejam mitigados. É fundamental destacar, a princípio, os resultados prejudiciais do abandono escolar para grande parte dos brasileiros. Sob esse aspecto, o ambiente de ensino é encarregado de proporcionar ao cidadão condições de ascensão social e financeira, uma vez que além do contato com elementos fundamentais para a formação de cidadania - como o convívio com pessoas diferentes e atividades pedagógicas voltadas para esse fim -, os ensinos básico e médio se tornaram exigência para quase todos os empregos melhores remunerados do país. Nesse cenário, os indivíduos que sofrem com a terceira maior taxa de evasão escolar - entre os cem países de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), segundo levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU) - vivenciam constantes preconceitos sociais e desafios para fugir da condição de pobreza, que é perpetuada em seus núcleos familiares. Com efeito, esse elevado grau de abandono escolar fomenta uma série de problemas sociais, que refletem em toda a sociedade. Nesse contexto, a fuga à escola está diretamente relacionada ao surgimento de desigualdades sociais, conforme indicam dados da ONU, os quais consideram o Brasil como o terceiro país mais desigual, baseado no Índice de Gini. Além disso, é indubitável que as crianças e os adolescentes que não estão no colégio estão mais suscetíveis a serem recrutados para o mundo do tráfico e do crime, e, dessa forma, educados por eles. Desse modo, é inegável que o aperfeiçoamento brasileiro só será possível quando o problema da educação for levado a sério. Torna-se claro, portanto, que o Estado Brasileiro carece de medidas voltadas para a solução da questão da evasão escolar. Dessa maneira, cabe aos governos municipais, aliados ao Ministério da Educação (MEC) investirem para que a escola se torne um ambiente atrativo para todos. Nesse sentido, em conjunto, eles podem impulsionar atividades de lazer e integração nas instituições, como eventos esportivos e lúdicos. Ademais, o MEC deve garantir profissionais que auxiliem, individualmente, os alunos e suas particularidades, como pedagogos e psicólogos especializados. Por fim, os governos, aliados a ONGs voltadas para a educação, podem realizar campanhas em comunidades carentes, que contem com palestras informativas sobre a realidade das pessoas que abandonam os estudos e que apresentem profissões e suas vantagens, para que que os jovens entendam e adquiram motivações para frequentar a escola.