De acordo com a “Teoria de Aprendizagem”, do psicólogo Jean Piaget, a mente se desenvolve por assimilação e acomodação: quando o indivíduo não é capaz de assimilar uma informação, a mente se transforma ou desiste. Em um contexto no qual faltam professores, materiais e até banheiros nas instituições de ensino brasileiras, é fácil identificar o motivo da desistência da mente juvenil. Desse modo, é preciso oferecer locais de ensino dignos com uma metodologia adequada ao jovem brasileiro. A metodologia tradicional visa preparar o aluno para exames e concursos, sem se preocupar em desenvolver seu senso crítico e considerar sua individualidade, portanto mecanizando a educação. Extensa carga diária de aulas, exercícios e conteúdos acabam por frustrar os alunos que não se sentem engajados e abandonam a educação, desse modo entrando mais cedo no mercado de trabalho. Outro fator que contribui para o abandono é a situação precária das escolas públicas, onde faltam recursos básicos como água, comida, materiais escolares, e a baixa remuneração dos professores que, assim como os alunos, acabam por não se sentirem engajados devido às péssimas condições de trabalho. É possível afirmar que existem instituições de ensino com outras metodologias e boa infraestrutura. Porém, os processos de admissão em universidades e concursos em geral seguem a metodologia tradicional e a maioria da população não teria condições financeiras para acessar tais instituições. Ademais, a Emenda Constitucional número 59 garante que é obrigação do Estado fornecer educação gratuita dos 4 aos 17 anos de idade. Portanto, a evasão escolar no Brasil é fruto de uma metodologia ultrapassada e da falta de infraestrutura no ensino público. É necessário que o MEC modernize a política nacional de educação e modifique os exames de admissão, assim como também é preciso um aumento das verbas destinadas à educação e a melhoria da gestão do ensino público.