Título da redação:

Millôr tinha razão

Tema de redação: A questão da evasão escolar no Brasil

Redação enviada em 26/04/2017

Millôr tinha razão "O Brasil é o país do futuro, sempre". A atemporal frase do escritor Millôr Fernandes encaixa-se perfeitamente com o quadro de evasão escolar no Brasil. Apesar de esses ser um problema antigo e de haver programas, como o Bolsa Família, com o intuito de mitigá-lo, esse impasse persiste no país. Nesse panorama, faz-se necessário o debate acerca da negligência das escolas e do currículo escolar. É indubitável que a falta de infraestrutura, característica da maioria das escolas públicas brasileiras, é determinante para a evasão de quase 2,5 milhões de estudantes. Nesse cenário, a despeito da educação ser um direito social garantido pela Constituição de 1988, o que observa-se, na prática, são instituições educacionais sucateadas e isentas dos materiais necessários e de professores qualificados. Sendo assim, sem o devido incentivo à vida estudantil, muitos alunos abandonam as escolas e esse fato contribui para o envolvimento com bebidas e drogas, para a alocação em subempregos e para o agravamento da marginalização e da desigualdade social. Ademais, é inquestionável que a rigidez do currículo escolar do ensino médio, que representa, de acordo com a Organização Todos Pela Escola, 60% das evasões, é preponderante para a desistência da vida estudantil. Em países como Estados Unidos e França, por exemplo, além das disciplinas mais essenciais, que são obrigatórias, as matérias mais específicas, no segundo grau, são facultativas e o aluno opta pelas que correspondem à área profissional desejada, o que não ocorre no Brasil. Dessa forma, sem essa dinamização, muitos alunos sentem-se desestimulados a estudar disciplinas que não os interessam e que não irão contribuir diretamente para sua vida profissional, aumentando o índice de abandono escolar. É indispensável, portanto, para sanar as significativas taxas de evasão escolar no Brasil, o engajamento do poder público. A intervenção cabível ao Governo Federal, aos Estatuais e às prefeituras é a priorização da educação, por meio da reforma e modernização de escolas já existentes, da construção de novas e da disponibilização de professores qualificados e bem remunerados. Além disso, é papel do Ministério da Educação, em parceria com os poderes Executivo e Legislativo, a flexibilização do currículo escolar, por intermédio da organização das disciplinas por área, com o escopo de que o estudante, desde o início do ano letivo, possa se direcionar para as áreas mais relevantes para si.