Não é incomum crianças e jovens abandonarem a escola e pararem de estudar. O pedagogo e filósofo brasileiro Paulo Freire, porém, relatou que, muitas vezes, o que ocorre não é uma evasão, mas sim uma expulsão do aluno. Com isso, fatores no entorno contribuem para a evasão escolar no Brasil. Percebe-se que, dentre os motivos alegados pelos alunos que deixam os estudos, o principal demonstra problemas na própria maneira de ensinar. De acordo com uma pesquisa realizada pela FGV – Fundação Getúlio Vargas -, dos jovens de 15 a 17 anos que abandonam a escola, 40,3% o fazem por desinteresse. O fato é que a ausência de contextualização das matérias transmitidas pelos professores faz com que haja uma distância entre o que se ensina e a realidade, criando um abismo entre a escola e o dia a dia dos estudantes. Dessa forma, os alunos não percebem como as matérias serão úteis no seu cotidiano, o que auxilia o desinteresse pela educação e revela uma necessidade em se repensar o currículo escolar. Além disso, a busca pela padronização dos alunos trava os educadores e prejudica muitos dos estudantes. Há um padrão na maneira de avaliar os alunos, estabelecido pelas Secretarias de Educação e que deve ser seguido pelos professores, o que não permite maleabilidade e criatividade na maneira de ensinar e avaliar, prejudicando alunos que, embora sejam ótimos na oratória, por exemplo, possuem dificuldades em fazer uma avaliação escrita e, com isso, possuem menor desempenho e não recebem auxilio para transpor suas dificuldades, sendo vistos apenas como indeterminados por não conseguirem encaixar-se em um padrão. Destarte, não raras são as repetências escolares de crianças e adolescentes motivadas pela falta de possibilidade de o professor oferecer uma didática que seja, não igual para todos os alunos, mas condizente com as diversas personalidades e dificuldades que são encontradas nas salas de aula. Conclui-se, portanto, que o Ministério e as Secretarias de Educação devem incentivar os educadores a criar métodos diversos de avaliar seus alunos, auxiliando-os a desenvolver suas habilidades. Ademais, os coordenadores e diretores de cada escola devem associar-se a ONGs relacionadas com o tema educação e levá-las para palestrar aos pais e aos alunos sobre a importância da escola que é, junto da família, uma instituição social base para a formação de um indivíduo. Outrossim, as faculdades devem alertar os futuros educadores da importância de criar ligações entre o que é ensinado e a vida do estudante, motivando-os a interessarem-se pelo aprendizado.