Em 1988, com a elaboração da nova Constituição Federal, decretou-se a educação como direito subjetivo de todos. Isso significa que qualquer um que queira estudar, estando até mesmo fora da idade obrigatória, tem seu seu direito garantido na Constituição. Entretanto a realidade não condiz com a teoria constitucional, tendo-se, assim, cerca de 2,5 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos fora da escola no Brasil, segundo levantamento da Organização Todos pela Escola. Diante de tal cenário, cabe ressaltar 3 motivos principais para essa evasão: desinteresse, baixa renda e falta de unidades escolares. A população rural que vive longe dos centros urbanos sofre mais com esse último motivo. A necessidade de acordar 5 horas da manhã e pegar várias conduções e, em comunidades ribeirinha na região da Amazônia, até mesmo precisar se locomover de barco, tudo isso desestimula o jovem a estudar. Outro ponto é a baixa renda, tendo como reflexo jovens que necessitam trabalhar. Muitos desistem da escola por se sentirem pressionados pelos próprios familiares a procurar um emprego, não conseguindo dessa forma conciliar emprego e estudos. São realidades adversas , onde trabalho é sinônimo de pagar contas e colocar comida em casa. Quanto ao desinteresse, isso é fruto da falta de investimento nos professores que se encontram cada vez menos motivados a lecionar na educação básica pública, por terem salários baixos e nenhuma perspectiva de carreira, refletindo dessa forma em aulas fracas que não motivam os estudantes. Em relação ao primeiro motivo apresentado, pode-se propor construção de novas escolas nos locais mais afastados e, para tal, investimento é necessário por parte do Governo, do âmbito federal, estadual e municipal. Os investimentos poderiam ser aumentados , arrecadando uma porcentagem de algum imposto de cada estado, usando assim esse dinheiro arrecadado única e exclusivamente para educação. Quanto ao fato dos jovens precisarem trabalhar, um incentivo financeiro ao estudante poderia ser dado, como já é feito com o Bolsa Família, mas um que complementasse esse último de forma que as notas fossem usadas como parâmetro. Por fim, o desinteresse dos jovens poderia ser diminuído com a melhora na dinâmica das aulas e, para tal, somente investindo na carreira do professor e na estrutura da escolas, para que, por exemplo, haja nas aulas de química experimentos de fato que mostrem o universo da química ocorrendo além dos livros. Só assim, a Constituição fará jus ao seu texto, garantindo de fato educação a todos.