O direito à educação básica é um preceito inviolável e obrigatório garantido na Constituição do Brasil. No entanto, nos últimos anos, tal princípio não vem sendo exercido, integralmente, por uma parcela ampla de jovens que evadem, antes do término, do processo de ensino. Dentre os principais motivos para o recrudescimento do transtorno social, destacam-se a inobservância estatal e a dinâmica familiar frágil. A priori, é notório que descaso do Estado fortalece a epidemia social. Isso acontece, lamentavelmente, devido ,muitas vezes, à relegação das autoridades públicas em promover políticas pontuais para sanar as deficiências estruturais das instituições escolares, sobretudo das regiões periféricas dos grandes centros urbanos, como a disposição de recursos digitais, laboratórios e equipamentos de auxilio aos estudos, associado a isso, à necessidade dos menores em complementar a renda familiar afasta e desmotiva os discentes da sala de aula. Tal situação rompe com o conceito rousseauniano de "Contrato Social", em que o Governo, por meio do poder, manteria as regras e vantagens igualmente para todos. Logo, é indispensável que a governança conceba estratégias para o embate da chaga social. Além disso, nota-se, ainda, que o núcleo familiar instável pode recrudescer o problema. Isso acontece, infelizmente, porque não há frequentemente uma permanência continua do dialogo, no seio familiar, que esclareça e evidencie aos menores a importância da continuidade escolar para o desenvolvimento pessoal e profissional e, por conseguinte, suscitando uma liberdade sem responsabilidade nos pequenos e oposta ao processo educacional. Tal panorama fragmenta a concepção habersiana da "Ação Comunicativa", em que o consenso sobre algo só pode ser alcançado por intermédio da conversação. Dessa forma, é necessária a criação de mecanismos para a restauração da conversa esclarecedora e atenciosa no ambiente doméstico. Infere-se, portanto, que a adoção de medidas para o combate da evasão escolar torna-se imprescindível. Faz-se necessário que as Secretarias Estaduais de Educação, crie um projeto, direcionado as escolas fragilizadas, que paute prioritariamente na assistência de equipamentos técnico-pedagógicos apropriados às condições individuais, com o propósito de despertar e estimular o interesse dos alunos pelas tarefas escolares. Ademais, o Ministério da Educação, em parceria com a mídia televisiva, deve elaborar uma campanha, direcionada aos pais, que prime fundamentalmente em evidenciar e orientar os progenitores acerca da relevância do acompanhamento na rotina escolar de seus filhos, com o escopo de estabelecer fecundas articulações entre escola e a família. Somente assim, o direito à educação tornar-se-á cabal na realidade brasileira.