Título da redação:

Entre gerações

Proposta: A questão da depressão e seus impactos na sociedade

Redação enviada em 28/05/2018

Durante a segunda geração do Romantismo brasileiro, as temáticas poéticas giravam em torno de conflitos psicológicos, descrenças no amor e na vida social como um todo. Hoje, essas questões seriam reconhecidas como sintomas da depressão que é considerada o novo mal do século a ser tratado. Entretanto, essa doença psicológica vai além, aumentando as instabilidades nas relações sociais e estabelecendo incompreensões do outro como ser psicológico único. De início, é válido lembrar que a sociedade é constituída a partir de laços interpessoais. Com a modernidade, o homem, cada vez mais, estabelece relações líquidas as quais, segundo Bauman, são facilmente desfeitas. Hoje, com um "click" em uma rede social o amor pode acabar e com esse fim a insegurança pessoal e a confiança no outro tende a reduzir. Esses fatores integram casos depressivos, levando a um desinteresse em relacionamentos e ao pessimismo com a humanidade em si. Logo, um labirinto fluido e depressivo no qual os indivíduos são expectadores dos próprios sofrimentos é sintetizado, estabelecendo uma instabilidade social autodestrutiva. Ademais, de acordo com a OMS, cerca de um milhão de pessoas cometem suicídio por ano e uma dos principais catalisadores é a depressão. A maioria desses casos não são compreendidos devido à suposta falta de motivação. São por meio de discursos superficiais, como "ele tinha tudo, era inteligente e bonito", que minimizam a problemática ao descartar a saúde mental do indivíduo. Assim, o descaso som as questões psicológicas do outro condiciona a atitudes menos empáticas, afetando a colaboração e respeito social. Fica claro, portanto, que a depressão atinge pilares sociais básicos que vai desde o da saúde até o da interação diária. Para maior conscientização acerca da problemática, o Ministério da Saúde e governos municipais devem elaborar cartilhas explicativas dos sintomas depressivos, de como agir e como falar sobre o assunto com quem sofre a fim de gerar responsabilidade e empatia social. Além disso, o Centro de Valorização da Vida precisa ser divulgado pelas mídias e redes sociais com o intuito de compartilhar o apoio psicológico fornecido e mostrar as possibilidades de melhoria ambos fatores não ofertados ao românticos da segunda geração.