Título da redação:

Empatia depressiva

Proposta: A questão da depressão e seus impactos na sociedade

Redação enviada em 19/10/2016

Não é difícil imaginar esta cena: um indivíduo depressivo que se encontra recluso socialmente. De fato, essa é uma realidade presente na contemporaneidade, na qual a sociedade capitalista pautada na competitividade e busca por satisfação econômica e pessoal cria um cenário propício ao desenvolvimento de transtornos psíquicos como a depressão. Nesse contexto, as pressões sociais e decorrentes frustrações potencializam a interferência na saúde física e mental do cidadão, o que torna árduo o princípio de alteridades. A priori, a globalização capitalista é agente direto no processo de enfermidade da população. Isso ocorre em virtude da dinâmica atual oriunda das Revoluções Técnico-Científico-Informacionais, com a aceleração da vida cotidiana e aumento da demanda por trabalho. Nesse sentido, a sobrecarga e pressão social para obter sucesso, aliado à superficialidade das relações interpessoais, por conta da virtualização, gera um ambiente individualista que tende a isolar e frustrar os indivíduos. Assim, potencializa-se o aparecimento de transtornos depressivos e o risco da automedicação, prejudicial para a saúde geral do indivíduo. Ademais, a desvalorização da depressão é fator preponderante para o crescimento da doença. Isso ocorre porque a pressuposição de que o indivíduo afetado apresenta incapacidade e falta de controle faz com que o mesmo seja excluído, muitas vezes, socialmente e profissionalmente. Sob essa perspectiva, a falta de seriedade para com a depressão como doença de fato destina cargos de menor responsabilidade aos indivíduos depressivos, causando uma exclusão. A exemplo disso evidencia-se o filme "As faces de Helen", que retrata a vida de uma mulher acometida pela doença por conta das pressões sociais e que passa a vivenciar o desafio diário do preconceito e exclusão. Porquanto, pode-se verificar a interferência que a depressão tem na saúde e no bem estar pessoal e social. São necessárias, nesse sentido, ações informativas, por intermédio da mídia, com filmes e programas que evidenciem o perigo da depressão como doença exigente de atenção e entendimento. É importante, também, uma amenização das pressões no indivíduo, por meio de acompanhamento psicológico que poderia ser implementado nas empresas. Assim, talvez, a harmonia social e o princípio de empatia possam, enfim, ser alcançados e preservados.