A depressão é uma manifestação de distúrbios psíquicos, afetivos e biológicos de um indivíduo em detrimento do bem-estar da mesma e, de acordo com pesquisas recentes promovidas pela Organização mundial da Saúde (OMS), 350 milhões de pessoas são alvos da doença. Esta está infiltrada de maneira, por vezes, silenciosa na sociedade contemporânea, fomentada por rotinas estressantes, exclusão social, perdas familiares, problemas de saúde física e tantos outros agentes contribuintes. A questão da aceitação da doença na sociedade como uma normalidade é um problema muito grave, pois os malefícios dos que sofrem com a depressão aparentam ser desconsiderados ou não recebem a devida importância. Não raras vezes a doença leva ao suicídio de muitos por falta de atendimento adequado, diagnósticos eficientes e políticas de prevenção. Fatores que criam possibilidades para a persistência da doença estão incutidos no sistema de relações sociais fragmentadas da atualidade, onde prevalece o individualismo e a insignificância da saúde emocional. Pesquisas mais abrangentes comprovam que a ocorrência da doença está presente em maior quantidade na população feminina, sendo causa maior a depressão pós-parto e, na população masculina são grandes motivadores o abuso de drogas lícitas e ilícitas. Dos casos relacionados aos adolescentes e jovens em comparação à faixa etária adulta, ambas alcançaram o mesmo patamar. Percebe-se, a partir daí, o crescimento do número dos jovens e adolescentes alvos da depressão e que, em plena fase de desenvolvimento, não possuem bases qualitativas para recorrer a fim de contornar a situação. A defasagem do Sistema Único de Saúde, da educação e ausência de políticas públicas direcionadas à temática impede a realização de tratamentos adequados em nível nacional. Em resposta aos argumentos anteriores está evidente a necessidade de melhoria do sistema educacional brasileiro, que poderá acontecer em parcerias entre o MEC (Ministério da Educação) e todas as escolas públicas e privadas do território nacional, por meio de palestras preventivas e conscientizações acerca dos sintomas e diagnósticos da doença, monitoradas e financiadas pelo governo. O SUS também demanda mais políticas públicas, profissionais e recursos para o atendimento adequado a toda população que sofre de depressão. A responsabilidade da sociedade se encontra no dever de respeitar pessoas com depressão e mais solidariedade para com estas.