A depressão, embora presente na vida do homem há vários períodos históricos, agravou-se acentuadamente na contemporaneidade. No Brasil, cerca de 18% da população afirmam ter ou já ter tido depressão. Esse sério problema tende a continuar se agravando uma vez que afeta a sociedade e é afetado por ela, criando um vínculo de reforço mútuo. Uma das causas do aumento de casos de depressão, talvez a principal, está naquilo que o sociólogo Bauman denomina "modernidade líquida". O pensador utiliza o termo para se referir às relações da sociedade contemporânea caracterizadas pela fluidez e onde nada é feito para durar. Ao vivermos em meio a uma instabilidade permanente, ficamos angustiados e, em muitos casos, depressivos. Desse modo, uma vez que uma pessoa que sofre com esse problema não consegue manter relações sólidas ou duradouras, observamos que a sociedade líquida condena indivíduos à depressão e, por fim, esses colaboram para uma fluidez cada vez maior do mundo moderno, suscitando um ciclo vicioso. Outrossim, cabe ressaltar outros agravantes do problema. A falta de conhecimento, compartilhada por parte considerável da população, sobre a seriedade do problema resulta em mais problemas de relação entre o portador da patologia e os demais membros da sociedade, uma vez que esses dão pouca ou nenhuma importância ao problema. Assim, além de mais uma vez afetar as relações sociais, isso acaba, em muitos casos, evitando o tratamento, pois o indivíduo com depressão acaba, ele mesmo, não dando a devida importância ao problema e seu tratamento. Fica evidente, portanto, que o tratamento deve receber maior incentivo. Para isso, o MEC deve criar programas para levar especialistas às escolas que, por meio de palestras, ressaltem a importância de procurar ajuda profissional para tratamento adequado em casos de depressão. Com a mesma finalidade — ou seja, conscientizar — o Governo Federal deve, para atingir as demais faixas etárias da população, distribuir cartilhas que ressaltem os pontos abordados em postos de saúde e eventos públicos.