A raiz da depressão sem suas mascaras. A depressão é a doença do mundo moderno, e está relacionada a automatização da vida urbana, a supervalorização do tempo e a rotina brutal de subsistência que somos levados a seguir na cidade grande. Assim pensa Georg Simmel em “As grandes cidades e a vida do espirito”, o homem na atualidade é reprimido a impessoalidade e ao seu máximo de atuação nervosa, que leva o indivíduo acometido pela doença ignorar sua gravidade e não buscar pela verdadeira solução. Biologicamente a depressão era explicada pela falta da substância serotonina, e é medicada com a noção de que o paciente que aumentar os níveis deste neurotransmissor passará a aproveitar a vida com felicidade. E independente dos avanços da medicina e dos novos conceitos de depressão, o cidadão moderno aceita esse tratamento por ser instantâneo, diferente da terapia psicológica que o atingirá profundamente, mas tomará tempo, moeda valiosíssima. A depressão cresce com todas as crises do mundo capitalista e destrói todo o rastro do pensamento grego dionisíaco, pensado por Nietsche. Para o paciente que sofre da tristeza clinica o legado deixado pelas ciências biológicas deve se unir a filosofia e psicologia de modo a tratar as razões, em suas raízes, e não as mascarar com a dependência de antidepressivos. Entretanto, o tratamento se inicia com a devida educação conscientizada da população, que deve vir do Sistema Único de Saúde (SUS) para abranger toda as classes sociais, de que a depressão, diferente de um simples estado de espirito, é uma doença que deve ser mensurada e tratada, e em seu estado profundo pode levar até complicações cardíacas e a morte. O diagnóstico esclarecedor em conjunto com o tratamento psicológico adequado, e se necessária a medicação, devem ser de interesse público e levar a recuperação total dos doentes.