Um grande problema de saúde pública, a depressão é, hoje, fato presente na sociedade, chegando a acometer milhões de pessoas ao redor do mundo. Ainda mal compreendida, as vítimas desse distúrbio psicológico sofrem com o preconceito e a ignorância daqueles incapazes de mensurar o tamanho desse mal, o qual provoca sintomas de profunda tristeza, que, na maioria das vezes, são consequências de traumas vivenciados ou até mesmo situações corriqueiras, como, por exemplo, a concorrência e a cobrança de um mercado de trabalho cada vez mais exigente, e a efemeridade de uma vida agitada. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos de depressão aumentaram significativamente entre os anos 1990 a 2013, num índice equivalente a quase 50%. Doença estigmatizante, surge como algo natural, até apoderar-se por completo do indivíduo, fazendo-o sentir-se deslocado do ambiente em que vive, tornando atividades anteriormente prazerosas em desagradáveis, sofrendo repressão até mesmo de familiares, os quais oferecem certa resistência no reconhecimento da enfermidade e na busca por ajuda profissional. O suicídio é então pensamento preponderante entre os depressivos, os quais o veem como única saída para o seu problema, concretizando-se entre 15% dos mesmos, ainda de acordo com a OMS. É certo dizer que o advento da revolução industrial transformou radicalmente as relações do indivíduo para com a sociedade, e o estresse passou a ser um fato comum nas relações de trabalho, moldando a vida de muitas pessoas. As relações interpessoais também sofreram abruptas mudanças com o aprimoramento tecnológico, uma vez que muitos acabam por optar pelo meio virtual, deixando o convívio no mundo real de lado, entregando-se a um ensimesmamento, e a um mundo fantasioso. Tudo isso contribui, de certa forma, para a instauração da depressão, cabendo ressaltar que a mesma nem sempre surgirá com precedentes, isto é, chega sem explicações, gerando, sobretudo, um sentimento de culpa àqueles que perante os demais têm uma ótima vida e não têm motivos para tal quadro psicológico. Assim sendo, faz-se necessário que a sociedade repense sobre a depressão e os seus males, cabendo aos familiares reconhecerem a doença e procurar o quanto antes ajuda médica profissional para o depressivo, buscando dialogar com o mesmo e apoiá-lo. É preciso também que haja, por parte do governo, investimentos maiores em tratamentos psiquiátricos, colaborando para a restauração daqueles indivíduos depressivos e, consequentemente, incapacitados, reintegrando-os à sociedade e à movimentação econômica do país, cabendo à mídia veicular propagandas informando aos cidadãos sobre a gravidade da doença, aumentando a conscientização e o conhecimento da natureza da depressão pela população.