Na conhecida obra literária brasileira o Cortiço, é possível notar a convivência entre diferentes classes sociais e raças em um único lugar, além do compartilhamento de certas culturas (por meio de danças, músicas, e festas que todos participavam). Atualmente, a discussão não é sobre a coexistência dessas culturas, mas sim sobre a tal "apropriação" delas. O racismo e o preconceito contra determinadas etnias, no Brasil, existêm desde a chegada dos portugueses à Baía de Todos os Santos. Entretanto, um novo argumento relacionado a eles vem ganhando força: o da apropriação cultural. Empregado por pessoas que acreditam que aquilo (seja isso um tipo de roupa ou adereço) que é utilizado por minorias como símbolo de resistência, não deve ser utilizado pelas "classes opressoras". As divisões da cultura brasileira são muito abstratas, o negro possui hábitos e utiliza de adereços provenientes da cultura branca e vice-versa. Não podemos considerar cultura uma propriedade e afirmar que alguém está se apropriando dela, muito menos usar a violência e/ou agressão verbal para protegê-la como se a mesma fosse uma casa ou carro que pertence a nós, os quais estão em nossos nomes. Portanto, é necessária a conscientização quanto a esse assunto, pricipalmente por meios virtuais (o número de casos que ocorrem nas redes sociais nos quais pessoas são agredidas verbalmente é grande), o governo precisa criar programas e campanhas que espalhem a inexistência dessa apropriação cultural no Brasil. Como o pensador francês André Malraux afirmou: "A cultura não se herda, conquista-se."