Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: A questão da apropriação cultural no Brasil

Redação enviada em 19/02/2017

A miscigenação no Brasil teve início no século XVI, quando os portugueses trouxeram milhares de negros para compor a mão de obra escrava. Os africanos traziam consigo não só a força braçal para o trabalho, mas também uma rica cultura que, posteriormente, foi difundida no território brasileiro. No entanto, a apropriação cultural hoje ainda reflete a hegemonia do branco perante o negro, fomentando o preconceito e as diferenças sociais. Em primeiro lugar, a identidade negra ainda é inferiorizada. A partir de 1888, com a abolição da escravatura, o direito de liberdade foi legitimado, mas as oportunidades de inserção na sociedade foram privadas. Nesse sentido, Foucault acredita que no confronto das relações de poder, a sociedade tende excluir aquele que se manifesta de maneira diferente. Logo, a vestimenta e a religião africana se mantiveram marginalizadas por muito tempo, e hoje, tem sido apropriadas sem considerar o relevante valor cultural que elas carregam. Em segundo lugar, para que os negros pudessem se estabelecer na sociedade, foi preciso criar uma identidade crítica. Os turbantes, o cabelo black power e o candomblé só prosperaram devido a resistência. Contudo, todo esse processo de construção identitária vem se perdendo, visto que a mídia seleciona padrões estereotipados para difundirem a cultura afrodescendente. Como exemplo, temos as mulheres brancas em revistas usando turbantes, adereço intrínseco dos negros, enfatizando o preconceito enraizado no país. Desta forma, os paradigmas sociais devem ser extintos. Portanto, cabe ao Estado aprimorar as leis que introduzam as classes marginalizadas em projetos sociais, além de criar cursos profissionalizantes, a fim de facilitar o ingresso no mercado de trabalho. A sociedade, por meio da mídia, pode valorizar o papel do afrodescendente nos meios de comunicação em massa, através de propagandas e debates. Por fim, o indivíduo pode criar o senso crítico voltado ao exercício de alteridade, para que reconheça o seu “eu” no outro, almejando a equidade de etnias.