Na tão lembrada carta de Pero Vaz de Caminha, o escrivão mais famoso da nossa história que falava sobre a presença de um povo que, sob olhares europeus de soberania, precisava ser civilizado: os índios. Nessa perspectiva, o pensamento intolerante dos nossos colonizadores contribuiu para destruir a cultura desses povos. Estamos enganados, porém, se pensamos que não herdamos esse olhar e que respeitamos as diferentes formas culturais existentes no Brasil. Dessa maneira, a apropriação cultural mostra-se como uma forma de miscigenação e agregação de diferentes povos em um país. É importante pontuar, de início, que o Brasil é uma nação rica culturalmente, as diversidades culinárias e religiosas, muitas delas trazidas pelos povos Africanos, é a prova disso. No entanto, o pensamento do brasileiro, em pleno século XXI, ainda tem marcas do pensamento do Europeu do século XVI, como por exemplo, o fato de classificarmos nossa língua como oficial e a indígena como dialeto, assim como, nossa cultura rica e civilizada e a deles apenas como folclore por muitos de nós. É fundamental pontuar, ainda, que como afirmou o sociólogo brasileiro, Betinho, um país muda pela sua cultura e não pela sua economia. Nessa perspectiva, fica exposto o quanto é importante uma nação miscigenada culturalmente, desde que o principal ideal dessas correntes de pensamento seja o respeito e a tolerância, fazendo assim, que o uso de artefatos por diferentes etnias, a exemplo do turbante, não se torne sinônimo de discussão em um país. E contudo, tornando-se imprescindível o uso de meios de comunicação contemporâneos, a internet, para revolucionar as formas de pensamentos de muitas pessoas. Posto isso, portanto, é evidente que essa é uma situação que não podemos mais suportar. Tratar pessoas de maneira diferente só por causa da sua cultura não deve ser uma prática de nossa sociedade. Assim, é necessário que o Governo use o meio midiático, por meio de propagandas e debates, que visem, principalmente, mostrar a importância da apropriação cultural no Brasil. E também, que ONGs em parceria com escolas apresentem, a sociedade em geral, a importância do pluralismo sociocultural. Para assim, formamos uma sociedade tolerante e que não segue os princípios dos nossos colonizadores.