Apropriação cultural designa a adoção de elementos específicos de uma cultura por um grupo cultural diferente, todavia, pode implicar numa visão negativa quando o processo ocorre por um cultura tida dominante sob uma cultura minoritária. Na atualidade brasileira, o tema ganha espaço em debates com posicionamentos divergentes, se por um lado temos o Brasil das vastas microculturas, por outro há o poder midiático torpe que fomenta equívocos. Sob a ótica histórica, o Brasil após seu achamento, principalmente no Período Colonial, recebeu diversas pessoas e como consequências suas bagagens culturais. Sendo assim, confirmando a definição de cultura pelo antropólogo Edward Taylor, o conjunto complexo da macrocultura do país foi criado, com distintas crenças, costumes e hábitos. Porém, a pangeia cultural não significou respeito igualitário, a aculturação perdeu sua lógica, passando a elitizar e definir quais culturas seriam “dignas” de absorção. De maneira idêntica, ocorreu com a cultura dos povos africanos, que no solo do novo mundo, foram marginalizadas. Em segundo plano, a mídia como formadora de opiniões peca na exposição da verdade, tal análise é cabível ao filme Deuses do Egito, dirigido por Alex Proyas, na trama o elenco majoritariamente branco, reproduz a história de um povo onde na realidade não haviam brancos no espaço geográfico. Sendo assim, reafirma-se a apropriação cultural, pois, a cultura dominante tomou o lugar da minoritária ao ponto de “ditar” os relatos. É plausível afirmar também, que o poder midiático consegue apagar a história de luta e resistência de uma microcultura resumindo-a à moda, como o caso de cabelos cacheados, turbantes e estampas indígenas. Urge, portanto, medidas para amenização do impasse. Cabe ao Ministério da Educação, trabalhar no desenvolvimento de palestras em escolas e universidades, abordando a apropriação cultural, com o apoio de segmentos da educação como, história, filosofia e sociologia visando a erradicação de dúvidas e debates eficientes. Por outro lado, o indivíduo, modulador e modulado, na sociedade em que vive deve sair da caverna que propunha o filósofo Platão em sua alegoria, para buscar o olhar crítico e a compreensão de mundo, possível através de leituras e estudos. Assim, por intermédio de ações conjuntas, o coeficiente de equilíbrio será encontrado num país multicultural como o Brasil.