Título da redação:

O adereço da discórdia

Tema de redação: A questão da apropriação cultural no Brasil

Redação enviada em 21/03/2017

É sabido que a cultura de um povo é composta por diversos elementos, dentre eles a vestimenta. O uso do turbante, acessório utilizado por mulheres de diferentes civilizações desde antes da era cristã, por brancos, levantou uma onda de militância negra no Brasil. É preciso, contudo, que esse tipo de comportamento seja desencorajado, a fim de evitar-se maiores problemas. A população negra no Brasil representa uma minoria, que, ao longo dos séculos, sofreu inúmeras discriminações em virtude da sua etnia. Desse modo, o turbante representa para esse grupo um símbolo de força e resistência, fazendo com que a sociedade o associe exclusivamente a mulheres negras. Esse pensamento induz grande parte das pessoas, não só negras, a crer que o uso do turbante por brancos caracteriza um fenômeno antropológico conhecido como “apropriação cultural”, onde indivíduos de uma cultura diferente passam a fazer uso de elementos específicos de uma outra cultura. Assim, o problema adquire proporções maiores: o turbante passa de mero acessório a elemento principal de uma relação instável entre negros e brancos que perdura por séculos, consequência da exploração sofrida pelo primeiro grupo no Brasil. Nos dias atuais, a situação tornou-se tão indigesta no país que uma moça branca utilizando um turbante, por ter raspado os cabelos em virtude de um câncer, foi questionada por duas mulheres negras no metrô a respeito do direito de estar usando tal adereço. Dessa forma, fica claro que a discussão em torno da apropriação cultural instigou os chamados “justiceiros sociais”. O uso do turbante por brancos, portanto, não anula a história de luta e resistência negra associada a ele. Isto posto, é necessário que os indivíduos, especialmente os justiceiros sociais, compreendam que o elemento não é uma peça exclusiva da população negra, apesar de muito usado por ela. Além disso, faz-se urgente a necessidade de incentivo à pesquisa, através das redes sociais ou da TV aberta, sobre o passado do que, hoje, considera-se como símbolo exclusivo desta ou daquela cultura. Destarte, o Brasil será capaz de abrigar as mais diversas culturas sem maiores problemas.