Apropriação cultural pode ser definida como,o uso de elementos típicos de determinada cultura por pessoas pertencentes a um grupo cultural diferente. Esse tema se mantem constante nas pautas de diversos debates, por sua complexidade e a polaridade de opiniões acerca do assunto. Infelizmente, o desconhecimento de parte da sociedade sobre essa questão trouxe a tona o preconceito enraizado e também a mercantilização da cultura. A capitalização da cultura é cada vez mais evidente na contemporaneidade. Contudo, quando há a mercantilização de símbolos, a representatividade e o significado dado a ele é retirado e passa a ser usado sem distinção e sem o seu devido reconhecimento, gerando desconforto. A capoeira, que inicialmente foi usada nas senzalas como forma de proteção e contra a repressão dos colonizadores durante o Brasil colônia, hoje é reconhecida internacionalmente por mestres majoritariamente brancos, o que gera insatisfação a comunidade negra, pois ela é um símbolo de resistência. Além disso, vale ressaltar que o preconceito envolvido é muitas vezes implícitos por ter raízes tão profundas na sociedade. O uso de turbantes é uma prática comum entre as mulheres negras, porém, quando essa peça foi utilizada por uma estilista em pessoas brancas este item tornou-se belo e desejado, tornando evidente a falta de visibilidade negra e o poder da indústria cultural. O mesmo ocorre com estampas étnicas –marca da cultura latina- que só foi evidenciada quando foi às passarelas e poucas pessoas sabem a verdadeira origem delas. Urge, portanto, a necessidade de debates, para que duvidas sejam esclarecidas como meio de mitigar a questão da apropriação cultural no Brasil. Em vista disso, deve haver discussões no meio acadêmico em conjunto com ONG’S afim de informar a população para que seja criada uma consciência coletiva. As mídias sociais e televisivas podem promover propagandas e abordar o tema em novelas para que haja um alcance maior. Cabe ao Governo Federal junto ao Ministério Público orientar as empresas para que elas não utilizem a cultura como forma de obter lucro indiscriminadamente. Dessa forma, conscientizando a população, será possível tornar o Brasil um país mais justo.