Para que haja de fato a “Apropriação Cultural” é necessário levar em consideração os significados culturais ou religiosos que certo símbolo traz para determinado povo; se o grupo que o está fazendo, está em posição de privilégio, seja de raça, etnia ou religiosidade; e se há o esvaziamento do sentido cultural original. O Brasil é sim, um país miscigenado e diversificado, no entanto, há a sobreposição de uma cultura branca cristã, herança do Período Colonial. Negros e índios principalmente, vítimas do etnocentrismo europeu, foram obrigados a deixarem seus símbolos para trás. Salienta-se que é comum, ainda hoje, que a cultura destes, seja inferiorizada e associada a termos pejorativos. O turbante para o negro, por exemplo, é sinal de afirmação e resistência, enquanto para brancos o sentido é esvaziado, tornando-se acessório de moda do sistema capitalista. A problemática do tema não está no que uma raça pode, ou não usar, mas sim, no efeito político e social em que o mesmo é associado. Ressaltando-se que a banalização do significado seja feita pra a transformação da cultura em produto, cabe à mídia e a Indústria Cultural como um todo, relacionar esses elementos à sua cultura original. Pessoas brancas estampadas nas revistas não dão a visibilidade aos que realmente fazem parte da etnia, pelo contrário, evidencia a ideia de que racismo e intolerância religiosa, por exemplo, não existem; tirando o foco sobre discussões acerca do assunto. O Ministério da Cultura, pode ainda tomar medidas de empoderamento à esses grupos inferiorizados, como fundação de entidades que promovam, preservem, disseminem e valorizem suas manifestações.