Título da redação:

Essências e respeito

Proposta: A questão da apropriação cultural no Brasil

Redação enviada em 20/03/2017

Retirar, manipular e tomar características culturais de núcleos dominados, de acordo com a vontade do grupo dominante, conduz à apropriação cultural. A cultura, desde o surgimento do homem, identifica e afirma indivíduos que compartilham entre si valores, morais, religiosos e sociais. No entanto, o próprio homem pode desvalorizar ou minimizar o significado de culturas alheias, tornando-se fator determinante da socialização cultural. De início, é importante destacar que a população brasileira é composta por 53% de negros, mas a parcela de publicidade voltada para esse grupo é apenas de 4%. Essa crise de representatividade midiática leva características da cultura negra serem representadas, em comerciais e revistas, por brancos em sua maioria. Os traços dessa cultura passam a ser mercadorias com valores abstratos e sem poder social. Logo, surge a desvalorização histórico-social do grupo dominado, que ao utilizar suas essênciais culturais é julgado enquanto o branco ao se apropriar é valorado pelo poder da mídia. Entretanto, a socialização cultural, ou seja, o compartilhamentos de peculiaridades culturais entre grupos distinto é de extrema importância à construção de um sociedade mais integrada. Mas é necessário ter como base o respeito e consciência diante a cultura do outro, a fim de evitar a apropriação dela. Ademias, dos turbantes até a musicalidade do Rap apresentam para determinado grupo uma significação. Para muitos, o preto que canta Rap é favelado e o judeu que usa turmante terrorista, ambas visões derivadas do preconceito cultural. Porém, por meio da música aquele negro relata a luta por afirmação, igualdade e respeito social, já o judeu pelo turbante mostra o respeito por sua sociedade e religião. Assim, a partir do momento que o grupo dominante não considera esses objetivos qualquer querer em usufruir aquela forma de cultura torna-se apropriação cultural e carrega em si o desrespeito. Portanto, a desvalorização e a comercialização de culturas culminam na apropriação. Para que haja mudanças, o Ministério da Cultura junto aos governos dos Estados devem promover feiras e eventos culturais objetivando a troca de conhecimento entre grupos distintos. A mudança também precisa ser pedagógica, a escola necessita promover o respeito e a interação dos alunos por meio de aulas a campo para reconhecerem aspectos culturais diferentes. Por fim, o próprio cidadão precisa buscar a consciência e conhecimento acerca das culturas que queira utilizar ou integra-se.