A miscigenação brasileira é uma das mais complexas do mundo. Com seus 517 anos de "descobrimento", o Brasil possui diversas nacionalidades no sangue de seu povo, com isso, a fusão de crenças e costumes oriundos dos quatro cantos da Terra está enraizada na cultura brasileira. Esse entrelaçamento nos enriquece e nos une culturalmente, fazendo da diversidade a unicidade de um povo. Mas, em meio ao século XXI, ainda existem questionamentos sobre o uso de determinado costume em relação àqueles que teoricamente não fazem jus, ou por que não pertencem a determinada nacionalidade, ou porquê não tem a mesma cor de pele que os "proprietários" daquele costume ou cultura. Desde a colonização, o Brasil recebe imigrantes de diversos países. Em suas bagagens trazem sua cultura, sua crença, sua religião e seu modo de vida. Muito dessa bagagem é absorvida pelo povo brasileiro e da mesma forma o novo morador insere-se na cultura do nosso país. O resultado dessa fusão é positivo e negativo ao mesmo tempo, pois, hoje, o que nos une é, também, o que nos afastam. Questionar o uso de determinado costume por alguém que se identifica com ele é o mesmo que questionar o porquê o brasileiro quer aprender a falar inglês, sendo que já possui seu idioma nativo. Desde que não seja ilegal o costume ou a cultura de um povo diverso em nosso país, todos devem ter o livre arbítrio e o direito de exercê-los. A cultura nasce com um povo e se dissipa para o mundo, ela não tem um dono, um proprietário. A apropriação, às vezes, é gritante no âmbito interno do Brasil, basta olharmos para as diferenças regionais e o olhar de estranhamento de um sulista ao ver um nordestino tomando chimarrão. Esses questionamentos, essa apropriação nos separam, nos enfraquece como povo. Devemos unir forças, crenças e costumes. A harmonia brasileira é fundamental para alcançarmos o patamar de países que já venceram temas como esse há anos.