Título da redação:

Cultura não é propriedade

Proposta: A questão da apropriação cultural no Brasil

Redação enviada em 19/07/2017

Durante o reinado de Alexandre, o Grande, muitos territórios foram conquistados desde o Egito até o atual território da Índia. Visto que havia tanta diversidade nos lugares dominados, o rei da Macedônia teve a ideia de levar e trazer os divergentes costumes para cada local onde passava, surgindo então, a cultura helenística. Esse é um dos exemplos de importante difusão cultural, que permitiu as nações conhecerem seus antepassados e vivenciá-los nos dias atuais. Porém, o que era para ser uma grande conquista se tornou um grande causador de debates, principalmente nas redes sociais, por causa de um novo conceito: a apropriação cultural. Em primeiro lugar, vale ressaltar que o termo começou a ser discutido pelo fato de uma moça branca, careca por causa do câncer, usar um turbante, fazendo com que algumas mulheres negras fossem tirar satisfação por ela utilizar algo que diziam ser pertencente às suas culturas. Nesse contexto, sabe-se que existem objetos que são tido como um símbolo de luta por seus antecedentes, se tornando um problema ao ser comercializado, pois na visão de alguns, o item perde o real significado. Outro fator é a contribuição para o preconceito, que apesar de parecer superado, ainda existe, não só no Brasil mas em boa parte do mundo, uma vez que um negro ao usar “dreads” é caracterizado como sujo e nojento, e o branco, estiloso. Por outro lado, a pizza por exemplo, foi criada na Itália e, portanto, faz parte de suas origens e costumes, porém mesmo sendo manifesta em praticamente todo o mundo, os italianos não proíbem outros países de adotá-la, nem tão pouco dizem que estão se apropriando dela. Ademais, é indubitável dizer que o Brasil é propriamente dito como um “mix” cultural, proveniente de uma miscigenação de várias raças e culturas, como a portuguesa, africana, holandesa, francesa, espanhola e indígena, sendo assim, não pode ser vista como propriedade. Dessa forma, é preciso que o Governo invista em educação e, por meio de profissionais qualificados desde o ensino básico, trabalhem sobre temas como o preconceito seja qual tipo for. Para acrescentar, como dizia o filósofo Immanuel Kant “o ser humano é aquilo que a educação faz dele”, ou seja, direcionando a criança sobre os pontos negativos que esse problema traz em geral, a sociedade terá resultados a longo prazo. Cabe também, ao MEC juntamente ao Minc (Ministério da Cultura) criar projetos com o objetivo de explorar o acervo cultural existente no mundo como forma de conexão das diversas regiões e países - através de danças, músicas, da culinária - como proposto desde o início pelo rei da Macedônia. Ademais, além do incentivo à integração social, estariam contribuindo até mesmo com a diminuição da xenofobia. Dessa forma, com o trabalho coletivo, haverá o bem comum.