O assunto apropriação cultural teve uma grande repercussão midiática, após duas mulheres negras no Paraná, pedirem para que uma mulher branca retirasse o seu turbante acusando-a de apropriação cultural. Apropriar significa tomar para si, e apropriação cultural é quando alguns elementos específicos de uma cultura de um grupo dominado é adotada por um grupo distinto dominante. A cultura é um patrimônio imaterial da humanidade (ONU), porém segundo zygmunt Bauman, ela é herdada, e partilha com a personalidade a qualidade singular do ser, ao mesmo tempo a “essência” definidora e a “característica existencial”, além de fazer parte de um processo de construção indenitária de um povo, que ao ser dominado, teve sua cultura apagada e esquecida. Existe reconhecimento de uma cultura dentro de um elemento, ou seja o turbante não é apenas um objeto de moda, para a população negra ele carrega um simbolismo herdado pela sua história. O movimento contra apropriação cultural, não fala sobre impedir que brancos usem elementos da cultura afriacana, ou que índios não usufruam de costumes europeus, ela é um conceito para criticar a sociedade racista e a exploração cultural pela indústria. Afinal um branco com dreads lock é considerado moderno, e o negro uma pessoa suja. Busca-se através desse movimento a valorização da cultura e da história desses povos e, usar um turbante ou qualquer outro elemento cultural traz nele um monte de simbolismo e lutas que vão muito além da moda. Fazer o uso desses elementos sem conhecer a cultura dos povos, é diminizar e apagar mais ainda o pouco que restou de sua história. O caminho é buscar uma valorização e não apropriação, entendendo mais sobre esses povos e acima de tudo respeitando sua cultura, suas crenças e suas diferenças.