Título da redação:

Caminhos contra a exclusão

Tema de redação: A questão da apropriação cultural no Brasil

Redação enviada em 30/05/2017

Desde a Antiguidade as diversas culturas existentes tinham um ponto de diálogo, uma vez que é impossível a convivência sem a fusão de aspectos adjacentes. A exemplo disso, têm-se a cultura grega e oriental, que deram origem a helenística, sendo que o grau de associação entre elas derivava da submissão dos dois povos a um mesmo governo. Hoje em dia, no que se refere à apropriação cultural, há vários meios de entendê-la, sendo o principal relacionado ao processo de organização histórica do país. A respeito dessa herança histórica têm-se a clara influência da colonização portuguesa no Brasil. A atividade do tráfico negreiro, assim como a instalação das missões jesuíticas, contribuíram para uma fusão dos costumes ibéricos, negros e nativos. Como exemplo disso, pode-se notar o catolicismo como religião que mais abrange o país, o vocabulário herdado de línguas africanas, e a culinária indígena com o uso do colorau, tempero proveniente do urucum. Dessa forma, fica claro que a pluralidade cultural tem fundamento histórico. Além disso, têm-se a variação do modo de expressão da sociedade em séculos, décadas e até mesmo em anos. O avanço da tecnologia promovido a partir do fim do século XX contribuiu diretamente para a aproximação de diferentes modos de vida, dando origem a diversas formas de se expressar, a partir da combinação de elementos de diferentes origens. O uso de turbantes por exemplo, que era comum entre as mulheres negras, hoje é propagado também pelas brancas, minimizando o conceito de exclusão cultural tão evidente em períodos anteriores. Sendo assim, a miscigenação sai do campo racial e atinge o campo cultural diminuindo a estratificação. Pode-se afirmar, portanto, que não é possível pensar em apropriação cultural como algo negativo nos dias atuais em nosso país, já que não se associa à exclusão ou desprezo, mas sim uma forma que a sociedade encontra para se expressar. Cabe às instituições governamentais como o Ministério da Cultura promover maior associação entre os indivíduos através da busca pela propagação e preservação de elementos característicos em feiras culturais, assim como reuniões para debates a fim de garantir informação mais ampla sobre os costumes. Dessa forma, os espaços para intolerância, bem como para a exclusão seriam reduzidos.