A construção cultural no território brasileiro teve como componentes as culturas negras, europeia e indígena como mais expressivas, resultando numa miscigenação, ou seja, uma cultura se misturando a outra. Porém, as heranças culturais de alguns povos foram fortemente desvalorizados pela maioria, e quando expressas por um outro grupo dominante, foram abertamente aceitas, caracterizando a apropriação cultural. O processo histórico-cultural da formação do Brasil decorreu da transculturação entre os grupos presentes no Brasil na época de colonização, havendo troca de hábitos e costumes. Os negros, tratados como escravos, chegaram às terras em formação sem nada além de seus hábitos e ritos, suas formas de identidade com eles próprios. Tais práticas feitas por eles eram vistas como perversas, e foram realizadas com dificuldade, simbolizando nos dias atuais a resistência de uma cultura forte de um povo oprimido, não perdendo assim suas origens e significado ao longos dos séculos. Porém, quando os mesmos ritos e costumes foram usados por grupos dominantes de etnia branca e vistos como algo positivo, ocorreu um processo de apropriação, ou seja, fora tomada para si o que era de outra cultura, e designada como própria. Nesse sentido, verifica-se um preconceito cultural, enraizado pelo processo de escravidão, que também atua como preconceito imaterial, herdado de tal processo. Exemplo disso são as músicas e danças características dos povos africanos, que foram amplamente julgadas, e mais tarde, inseridas como cultura própria brasileira quando executadas por grupos dominantes. Por fim, é visível que existe o fenômeno da apropriação cultura e ela está presente no Brasil, precisando haver maior exposição sobre o tema, visto que o mesmo ainda é mal interpretado e mal entendido, sendo questionada ainda sua veracidade. É necessário que haja apoio de ONG's para que se realizem palestras e inclusão do tema no estudo cultural com o objetivo de diminuir, ainda presente, o racismo.