O caso da menina com câncer que utilizava turbante dividiu opiniões nas redes sociais, em alguns negros a julgaram como apropriadora da cultura africana. Não obstante, é incoerente julgar alguém por apropriação cultural em um país tão miscigenado como o Brasil, que não possui uma cultura pura. Em primeiro lugar, é preciso citar um exemplo de uma real apropriação cultural. Em um ensaio da revista Vogue, que falava sobre algumas peças de roupas africanas, havia apenas modelos brancas usando tais vestimentas. A apropriação, nesse caso, se deve ao fato de uma revista com acesso mundial excluir modelos negras de uma campanha que retratou elementos da cultura africana. Apesar de alguns serem contra ao sincretismo cultural no Brasil, ele está presente desde os primórdios da sociedade brasileira. Elementos das três principais raízes étnicas do Brasil se fundiram, formando a miscigenação não apenas de indivíduos, mas também de culturas. Prova disso é o fato de tais comentaristas das redes sociais criarem textos em português, vestirem calças jeans ou tomarem banho todos os dias. Em síntese, percebe-se que não há apropriação cultural entre indivíduos de uma mesma sociedade. Por isso, é preciso que os brasileiros deixem o espirito segregacionista de lado, e fomente o sentimento de pertencimento a um mesmo universo simbólico. As escolas, por outro lado, poderiam incluir em suas grades aulas que visassem a enaltecer a miscigenação cultural nacional, ensinando às crianças que não há culturas puras no pais, e, assim, possam evitar que constrangimentos desnecessários, como o ocorrido com a menina que vestia turbante, aconteçam .