O Brasil é o berço do multiculturalismo, um país onde a “apropriação cultural” é quase que inevitável. Em meio a tanta diversidade as pessoas acabam se desprendendo dos rótulos, que são deixados de lado dando lugar a indivíduos completamente adeptos a novas culturas. Portanto, essa mistura de diferentes culturas em um único indivíduo pode ser classificada como consciente ou inconsciente, ou seja, aqueles que reconhecem seus atos como apropriação de uma cultura distinta e os que não reconhecem, justamente por essa diversidade já estar enraizada no país. Qual a cultura brasileira, se não uma mistura de nativos e imigrantes? Isso significa que, por exemplo um indivíduo latino-americano que usa turbante, escuta música estadunidense e come sushi pode ou não classificar seus atos como apropriação cultural, mas fato é que ela está presente. Como em qualquer relação social, na questão da apropriação cultural também existem controversas. Há aqueles que caracterizam a apropriação de símbolos de resistência de povos dominados por parte de povos dominantes historicamente como desrespeito. Enquanto, na verdade pode se tratar apenas de uma tentativa de aproximação ou uma forma de mostrar admiração. É possível concluir então que não se trata de categorizar apropriação cultural como certo ou errado e sim aceitá-la como fruto da diversidade brasileira. Vale ressaltar ainda que uma das consequências dessa mescla cultural para a população é a diminuição dos (pré)conceitos, uma vez que o indivíduo se aproxima de uma cultura estranha e a inclui no seu cotidiano as barreiras culturais são quebradas e chega-se cada vez mais perto de um Brasil livre de hierarquia cultural.