A discussão do que pode e não pode ser visto como apropriação cultural tem sido frequente nas redes sociais após a “explosão” de anúncios de revistas, modelos e atrizes brancas que utilizam itens considerados típicos da cultura negra. Apesar de no Brasil haver uma intensa miscigenação desde sua fundação, é preciso entender o que o uso de um turbante por uma mulher branca pode ocultar: a luta dos negros existe desde sempre, principalmente no Brasil onde durante todo o período colonial os negros foram escravos e tiveram sua cultura massacrada, tendo inclusive perdido muitos elementos de sua identidade como povo. Além disso, podemos tomar como exemplo os índios, que com a chegada dos portugueses e outros povos europeus ao Brasil perderam completamente sua identidade cultural e se tornaram espelho do povo que chegou. O que anteriormente era visto como feio nos índios, como por exemplo, os cocares e as penas, tornou-se bonito quando vestido pelos povos brancos. É comum vermos mulheres brancas em editoriais das grandes revistas de moda posando como verdadeiras índias ou deusas africanas, anulando todo o contexto social, histórico e cultural dos itens que carregam. A conscientização a respeito do uso indevido de itens que carregam em si a identidade cultural de um povo deve ser amplamente difundida principalmente nos meios de divulgação da mídia como revistas que se utilizam deles única e exclusivamente como meio de demonstrar a superioridade de um povo que durante toda a história tem se apropriado de culturas que não lhe pertencem. Além disso, é importante criar na sociedade o pensamento de respeito às culturas que deram origem a essa incrível mistura que é o Brasil, fazendo isso com o apoio das escolas que podem mostrar em vídeos, brincadeiras e palestras todas as nossas raízes, para que assim as crianças tenham em mente desde cedo o que o uso de um turbante, por exemplo, pode ocultar.