Vivemos em uma sociedade aberta, o que significa que todos, no limite da lei, têm autodeterminação e liberdade em suas escolhas existenciais. Por isso, possuir determinada cultura, seja por estar inserido no mesmo meio, ou seja por simples afinidade, é uma escolha existencial, isto é, uma possibilidade de exercício da liberdade sem interferência estatal ou de qualquer outra natureza. Com o fenômeno da globalização, tem se gerado uma espécie de “globalização cultural”. Nesta espécie de cultura globalizada, portanto, uma cultura se apropria de elementos característicos de outras culturas, ocorrendo uma apropriação mútua e reciproca, ou seja, não existe uma “cultura pura”, pois uma cultura interfere nas outras. Além disso, impedir que determinada pessoa se aproprie de certos elementos característicos de outra cultura é atentar contra um dos princípios basilares da constituição federal, o princípio da isonomia. Desse modo, ao determinar quem “merece” se apropriar de determinada cultura, cria-se uma desigualdade injustificada, acobertando muitas vezes atitudes preconceituosas. Dessarte, o governo deve começar pelas escolas, ensinando a necessidade da união entre os povos, permitindo a integração cultural nas escolas, com aulas sobre cultura dos povos, e possibilitando aos alunos a liberdade de manifestar suas crenças. Outra medida seria divulgar mais as culturas, por intermédio da mídia, deixando claro que são abertas, não possuem donos, ou melhor, os donos são todos os povos. Dessa maneira construiremos uma sociedade mais justa, unida e pluralista.