O assédio sofrido pela jovem Thauane Cordeiro, por duas mulheres negras, após fazer o uso de um turbante, por conta de uma leucemia, trouxe à tona um problema que já rodeava o Brasil: a questão da apropriação cultural. É sabido por todos que os negros foram hostil e hediondamente escravizados no Brasil, e que hoje, uma das maiores formas de luta e persistência, de busca por respeito almejado pelos mesmos é a sua cultura, que tem características fortes e marcantes em qualquer sociedade, principalmente a brasileira, seja ela na forma de vestimentas, comidas, crenças, entre outros. Entretanto, a forma como alguns usam dessa cultura para hostilizar, ferir, e prejudicar o outro não é certo. Com o direito de liberdade garantido para todos os brasileiros, os mesmos têm o poderio de usar, vestir, comer, e fazer o que quiserem, e esta dita “apropriação” da cultura alheia, deve ser questionada dentro de uma sociedade, já que traz desrespeito, além de ser completamente fútil. Se o negro diz que o uso de turbantes por outras pessoas que não sejam negras é vista como apropriação cultural, logo, um negro que faz uso de artigos criados por brancos também deveria ser visto da mesma forma, pois a constituição garante direitos iguais a todos. Por conseguinte, medidas são necessárias para resolver o impasse. A mídia, por ser o principal veículo comunicativo, deveria portar-se de maneira mais ampla e convincente sobre o assunto, deixando políticas e rótulos de lado. A conscientização e aceitação da população, além da educação em si, também são maneiras eficazes de amenizar um problema que está tornando a sociedade contemporânea cada vez mais enfadonha. Por fim, o termo “apropriação” deve ser evitado, pois, no âmbito da palavra, a mesma significa tomar para si, e isso não acontece, em termos culturais, na sociedade hodierna.